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    PF descobre documentos com suspeita de falsificação em Ribeirão Preto

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    07/09/2016 16h51

    Principal alvo da Operação Sevandija, que investiga suspeitas de corrupção em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), a prefeitura se viu envolta em mais um indício de irregularidades, após a PF (Polícia Federal) e o Ministério Público Estadual apreenderem supostos documentos falsos.

    A suspeita é que esses papéis tenham sido produzidos após a última quinta-feira (1º), quando a operação foi deflagrada, com o objetivo de dar "aparência de legalidade a compras que, supostamente, não foram realizadas".

    Os documentos foram apreendidos no setor de engenharia do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), setor que era comandado por Marco Antônio dos Santos, secretário da Administração da prefeita Dárcy Vera (PSD), e que está preso desde a semana passada. Os membros da operação foram ao setor após denúncia recebida no final da tarde desta terça-feira (6).

    De acordo com a PF, os documentos agora serão analisados e comparados com outros papéis já apreendidos pela Sevandija. A operação resultou até aqui nas prisões de 13 pessoas e nas suspensões dos mandatos de nove vereadores.

    A investigação do esquema começou em 2015, com uma licitação suspeita de R$ 26 milhões para a aquisição de catracas para escolas, mas estendeu-se a outras áreas. O montante fraudado chega a R$ 203 milhões, segundo a operação.

    SILÊNCIO

    Dárcy não comentou o assunto publicamente desde a deflagração da operação, considerada a maior da história de Ribeirão contra a corrupção. Ela nem mesmo compareceu ao desfile de Sete de Setembro, na manhã desta quarta-feira (7), e foi representada pelo superintendente da GCM (Guarda Civil Municipal), André Tavares.

    A postura de silêncio foi tomada por orientação de sua defesa. A prefeita também tem evitado aparições públicas para não ser alvo de protestos referentes às suspeitas de corrupção que atingem seu governo.

    Sua defesa alega que Dárcy é a "maior interessada" no esclarecimento dos fatos.

    ROMPIMENTO

    A administração rompeu contratos com a empresa Atmosphera, outro dos alvos da investigação da Sevandija, o que resultará no desligamento de 589 funcionários terceirizados da administração municipal.

    A suspeita da PF e da Promotoria é que a Coderp (companhia de desenvolvimento da prefeitura) firmava contratos por meio de licitações fraudulentas com a empresa para abrigar funcionários indicados principalmente por vereadores.

    O dono da empresa, Marcelo Plastino, manteve contatos diretos ou indiretos com 11 parlamentares, o equivalente a metade da Câmara.

    Funcionários contratados por meio da Atmosphera estão se organizando para fazer um protesto no Fórum de Ribeirão Preto sexta-feira (9). A Justiça bloqueou as contas dos supostos envolvidos com o esquema, o que fez com que a empresa ficasse sem recursos para pagar os salários nesta terça-feira.

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