Na noite desta quinta (8) o ministro-chefe da Casa Civil chamou o chefe da AGU (Advocacia-Geralda União) Fabio Medina Osório ao seu gabinete e pediu que ele se demitisse.

Padilha alegou que Osório não atuava em compasso com o governo Temer. Segundo a Folha apurou, ele citou como exemplo o pedido que o chefe da AGU fez para ter acesso aos inquéritos de políticos envolvidos na operação Lava Jato sem comunicar o presidente ou sua cúpula.

Padilha teria falado, conforme relatos de assessores de Osório, que tal fato incomodou muito o governo e a situação ficou insustentável.

O chefe da AGU respondeu que não deixaria o cargo e se quisessem demiti-lo seria necessário que Temer o fizesse.

A Folha apurou que a situação de Osório se tornou insustentável depois que ele demitiu um de seus adjuntos Luís Carlos Martins Alves Júnior.

Alves, assim como Padilha, defende que a AGU tem que se manter distante dos inquéritos de políticos na operação e focar apenas na defesa do patrimônio público. Já Medina Osório acredita que a medida é importante para embasar futuras ações de ressarcimento e improbidade administrativa.

Outro fato que intensificou a crise teria sido o desentendimento de Medina Osório com Grace Mendonça, secretaria-geral da área de contencioso da pasta e possível candidata ao cargo que elogios hoje.

Nos bastidores da AGU, é certo que o ministro-chefe da Casa Civil já vem despachando diretamente com Grace Mendonça.

Na quarta (7), em entrevista à Folha, o chefe da AGU afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff é uma "solução irreversível" e não deve ser revista pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A situação de Fábio Medina Osório no governo é considerada "instável" desde a sua nomeação. No começo de junho, sua demissão chegou a ser cogitada pelo Palácio do Planalto.

Na época interino, Temer manifestou, em conversas reservadas, insatisfação e irritação com as decisões e o comportamento do ministro.

Procurado, Medina Osório não atendeu as ligações.