• Poder

    Sunday, 05-May-2024 03:00:37 -03

    Com políticos e detidos, manifestantes marcham contra Temer em São Paulo

    ANGELA BOLDRINI
    CAROLINA LINHARES
    JOANA CUNHA
    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    11/09/2016 21h30 - Atualizado às 23h34

    Manifestantes contrários ao presidente Michel Temer voltaram a se reunir na avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (11), e promoveram uma marcha até o parque Ibirapuera.

    Em número menor de participantes em relação ao fim de semana anterior, o ato, organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, reuniu políticos próximos da ex-presidente Dilma Rousseff e candidatos da eleição municipal.

    Três pessoas foram detidas pela Polícia Militar durante uma confusão antes da passeata, próximo ao Masp. Enquanto o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) discursava de cima de um carro de som, policiais abordaram um grupo de jovens que conversava na esquina da avenida Paulista com a alameda Casa Branca.

    Dois homens e uma adolescente foram levados para o 78o Distrito Policial, nos Jardins. A polícia afirma que apreendeu com os jovens objetos como máscaras, uma faca, um soco inglês, bolas de gude e um triturador de maconha.

    Joel Silva/Folhapress
    SAO PAULO,SP, BRASIL- 11-09-2016 : Manifestantes presos durante Manifestantes em ato Fora teme. Eles protestam contra o governo de Michel Temer na Av Paulista regiao central de Sao Paulo. ( Foto: Joel Silva/ Folhapress ) ***PODER *** ( ***EXCLUSIVO FOLHA***)
    Manifestante é detido pela polícia em protesto contra o presidente Michel Temer neste domingo (11)

    Uma adolescente de 17 anos que estava com o grupo afirma que os jovens portavam máscaras brancas coloridas, que seriam usadas para fazer uma manifestação pacífica. Também disse que levava uma faca de cozinha sem corte e de soco inglês —que disse carregar sempre, como forma de autodefesa.

    Danilo Camargo, advogado do PT, tentou acompanhar as prisões e diz ter sido agredido. Dois dos detidos foram atendidos por defensores públicos.

    Questionada, a assessoria da imprensa da SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que ainda não tinha informações sobre o caso.

    No Twitter, a PM afirmou que os detidos estavam mascarados e portavam pedras, um soco inglês, bolas de gude, uma faca e um triturador de maconha.

    A PM não fez estimativa de público. Segundo os organizadores, o ato reuniu pelo menos 50 mil pessoas. No protesto do último domingo (4), o cálculo foi de cerca de 100 mil manifestantes.

    CAMPANHA

    Candidatos a prefeito, Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) aproveitaram o ato para vincular adversários ao impeachment de Dilma e ao governo Temer.

    "Temos que derrotá-los nas ruas e também nas urnas", disse Rui Falcão, presidente do PT, sobre políticos alinhados com o governo.

    Ele disse que só Erundina e Haddad "são contra os golpistas".

    Muito abordada por manifestantes para tirar selfies, a candidata do PSOL afirmou que a mobilização contra Michel Temer e a campanha em São Paulo estão ligadas. "É a causa principal da nossa luta, não tem tarefa mais importante", afirmou.

    Outro personagem citado com frequência pelos políticos e líderes da militância foi Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A votação que pode cassar o mandato do deputado federal está marcada para esta segunda (12).

    Sobre o carro de som, o prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) começou seu discurso dizendo "primeiramente, 'fora, Temer' e amanhã 'fora, Cunha'". Depois, cumprimentou Erundina e Suplicy, dizendo que "é uma honra lutar ao lado" deles.

    Carolina Linhares/Folhapress
    A candidata à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL) chega à avenida Paulista para ato contra o presidente Michel Temer
    A candidata à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL), conversa com manifestante na avenida Paulista

    DETENÇÕES

    À noite, por volta de 22h20, dois dos três detidos durante o ato foram liberados do 78o DP. Um deles era a adolescente de 17 anos.

    Ela e um segundo manifestante foram acusados de porte de arma banca e porte de droga para consumo próprio –infrações menos graves e que, portanto, não poderiam embasar uma prisão em flagrante.

    O terceiro manifestante, segundo a Folha apurou, foi acusado de lesão corporal, resistência e dano ao patrimônio público. Foi decretada sua prisão em flagrante e, por isso, ele deve ficar detido até a realização de audiência de custódia.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024