• Poder

    Monday, 29-Apr-2024 02:15:53 -03

    Lobista da merenda obtém liminar na Justiça para ficar em silêncio em CPI

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    12/09/2016 19h40

    Marlene Bergamo - 6.mai.2016/Folhapress
     GALERIA DA SEMANA - MAIO 01 - Estudantes da rede pública de ensino invadem plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na zona sul de São Paulo (SP), onde pediram investigação de contratos superfaturados de merenda na gestão Alckmin (PSDB). (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)
    Estudantes ocuparam a Assembleia Legislativa de SP, em maio, para exigir instalação da CPI da Merenda

    Apontado como lobista da cooperativa suspeita de fraudar a merenda escolar em São Paulo, Marcel Ferreira Julio obteve liminar do Tribunal de Justiça, nesta segunda-feira (12), para poder ficar em silêncio na CPI da Merenda, na Assembleia Legislativa.

    O depoimento de Marcel está marcado para a manhã desta terça-feira (13) e é um dos mais esperados. Segundo a operação Alba Branca, o lobista era o elo entre a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) e agentes públicos e políticos.

    Conforme a investigação do Ministério Público e da Polícia Civil, Marcel intermediou contratos entre a Coaf e a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para fornecimento de R$ 11,4 milhões em suco de laranja para a merenda.

    Marcel teve acordo de delação premiada homologado pela Justiça em abril. Ele afirmou que parte da propina paga, referente aos contratos com o Estado, era destinada ao deputado Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia. O tucano nega com veemência qualquer envolvimento no escândalo.

    Atendendo a pedido da defesa de Marcel, o desembargador Sérgio Rui, responsável pelo caso da merenda no Tribunal de Justiça, expediu liminar garantindo ao investigado o direito de ficar em silêncio durante seu depoimento à CPI, não se incriminar e não ser obrigado a assinar um termo de compromisso de dizer a verdade.

    A decisão do magistrado deverá ser informada ao presidente da CPI, deputado Marcos Zerbini (PSDB).

    No último dia 31, um ex-vendedor da Coaf, Emerson Girardi, foi convocado a depor e optou por ficar em silêncio, mas os deputados o ameaçaram de prisão –sob a justificativa de que a CPI tem poder de polícia– e ele, então, resolveu depor. Deputados de oposição ao governo na Assembleia esperavam que o mesmo se repetisse com Marcel.

    Além do lobista, são esperados na CPI nesta terça o promotor Leonardo Romanelli, um dos responsáveis pela Operação Alba Branca, e Jéter Rodrigues Pereira, ex-assessor de Capez acusado por ex-membros da Coaf, já ouvidos na Assembleia, de ter recebido propina.

    O depoimento de Capez está marcado para quarta-feira (14).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024