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    Nova AGU diz que 'não há obstrução' à Lava Jato e processos terão andamento

    MARINA DIAS
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    14/09/2016 13h42

    Gil Ferreira/SCO/STF
    Grace Maria Fernandes Mendonça, convidada por Temer para assumir o cargo de advogada-geral da Uniao, em foto de 2009 (Foto: Gil Ferreira/SCO/STF) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Grace Mendonça, nova advogada-geral da União, em foto de 2009

    Após tomar posse como advogada-geral da União, Grace Mendonça rebateu nesta quarta-feira (14) seu antecessor, Fábio Osório, e disse que "não há qualquer tipo de ruptura ou obstrução" do governo de Michel Temer em relação à operação Lava Jato. "Não há qualquer irregularidade na condução dos trabalhos da AGU em qualquer processo. Não há ruptura, obstáculo ou entrave", afirmou.

    Um dia após sua demissão, na semana passada, Osório afirmou que o governo Temer queria "abafar a Lava Jato" mas Grace afirmou que "não há fundamento" nessas declarações.

    Apesar disso, a nova ministra garantiu que vai dar continuidade ao processo iniciado pelo seu antecessor, que desagradou ao Planalto ao pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) acesso a doze inquéritos da Lava Jato. Os documentos podem embasar futuras ações de ressarcimento e improbidade administrativa contra políticos acusados de corrupção.

    Auxiliares de Temer se preocupam com o fato de que integrantes da base do governo estão envolvidos no esquema.

    "Essa atuação é ordinária da AGU. Aí, na verdade, nós teremos o acesso às informações. O expediente dando ciência à nossa Casa somente chegou ontem [terça-feira], então as providências serão adotadas. Elas são regulares", explicou. "Por isso que reafirmo a vocês. Não há nenhum tipo de questão ou entrave a este processo", completou a nova ministra.

    Questionada se não há nenhum problema em ter acesso aos inquéritos da Lava Jato, a advogada respondeu apenas: "de forma alguma".

    MULHER

    Primeira mulher a ocupar um cargo no primeiro escalão do governo Temer, Grace afirmou que não está "constrangida" em desempenhar esse papel e minimizou o fato.

    "Sempre me muito pautei pelo trabalho, de maneira íntegra e séria. A gente tem uma história dentro da casa [AGU]. Esse trabalho que deve ser respeitado", disse em alusão de ser funcionária da instituição desde 2001.

    CRÍTICAS

    Ex-advogado-geral da União do governo Dilma Rousseff, Luís Inácio Adams criticou as declarações feitas por Osório após sua demissão. Para Adams, a informação dada pelo ex-AGU de Temer "não deveria" ter sido feita daquela forma. Ele disse ainda que, durante a sua gestão, nunca viu nada que pudesse corroborar o entendimento de Osório.

    "Acredito que a saída do Osório foi traumática do ponto de vista de razões políticas e isso potencializou essas declarações, que não deveriam ter sido feitas", disse Adams.

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