Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena/Folhapress | ||
O procurador da República Deltan Dallagnol durante apresentação da denúncia contra Lula nesta quarta (14) |
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Poder
Saturday, 27-Apr-2024 15:45:52 -03Em 'dia tumultuado', Dallagnol diz que reação à denúncia é 'natural'
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
FLÁVIO FERREIRA
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA15/09/2016 18h32
Em uma palestra na tarde desta quinta-feira (15), um dia depois de apresentada a denúncia contra o ex-presidente Lula, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que "é natural que, depois de uma acusação, venha uma reação".
"Hoje é um dia um pouco tumultuado", disse o procurador, que na quarta (14) apontou Lula como "o comandante máximo" do esquema de corrupção na Petrobras.
Desde esta quarta, a apresentação da denúncia do MPF contra Lula tem sido alvo de críticas por defensores do ex-presidente, que dizem que os procuradores não têm provas, mas apenas convicções.
Até mesmo os slides de Dallagnol, que apontam Lula como o centro de um esquema criminoso, foram satirizados nas redes sociais.
Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Dallagnol brincou: "Eu decidi não usar nenhum slide hoje", disse à plateia da Semana da Democracia, em Curitiba.
Num tom bem mais ameno, o procurador lembrou as reações de investigados às denúncias de fases anteriores da Lava Jato, em especial na que investigou a empreiteira Odebrecht.
"Na época, convocaram uma coletiva para falar que não tínhamos mais que indícios e presunções", afirmou Dallagnol, que disse que essa é "uma estratégia de comunicação".
FURACÃO
O procurador afirmou que as críticas "não surpreenderam" a força-tarefa.
"É natural que pessoas investigadas reajam, e quando elas são poderosas econômica e politicamente, a reação toma um vulto", disse.
Dallagnol disse que a força-tarefa atua "no meio de um furacão", que "levanta ânimos e acende paixões", mas que é formada por "técnicos que estão fazendo seu trabalho e tentando transmiti-lo para a sociedade".
Apesar da breve fala, em tom calmo e de desabafo, o procurador não quis falar com a imprensa, nem responder a perguntas da plateia.
Membros da força-tarefa lamentaram a repercussão negativa de alguns trechos da entrevista coletiva desta quarta (14), mas reafirmavam a confiança nas provas da investigação.
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