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    Em 'dia tumultuado', Dallagnol diz que reação à denúncia é 'natural'

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA
    FLÁVIO FERREIRA
    ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

    15/09/2016 18h32

    Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena/Folhapress
    O procurador da República Deltan Dallagnol apresenta acusações contra o ex-presidente Lula de comandar esquema na Petrobras
    O procurador da República Deltan Dallagnol durante apresentação da denúncia contra Lula nesta quarta (14)

    Em uma palestra na tarde desta quinta-feira (15), um dia depois de apresentada a denúncia contra o ex-presidente Lula, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que "é natural que, depois de uma acusação, venha uma reação".

    "Hoje é um dia um pouco tumultuado", disse o procurador, que na quarta (14) apontou Lula como "o comandante máximo" do esquema de corrupção na Petrobras.

    Desde esta quarta, a apresentação da denúncia do MPF contra Lula tem sido alvo de críticas por defensores do ex-presidente, que dizem que os procuradores não têm provas, mas apenas convicções.

    Até mesmo os slides de Dallagnol, que apontam Lula como o centro de um esquema criminoso, foram satirizados nas redes sociais.

    Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Dallagnol brincou: "Eu decidi não usar nenhum slide hoje", disse à plateia da Semana da Democracia, em Curitiba.

    Num tom bem mais ameno, o procurador lembrou as reações de investigados às denúncias de fases anteriores da Lava Jato, em especial na que investigou a empreiteira Odebrecht.

    "Na época, convocaram uma coletiva para falar que não tínhamos mais que indícios e presunções", afirmou Dallagnol, que disse que essa é "uma estratégia de comunicação".

    FURACÃO

    O procurador afirmou que as críticas "não surpreenderam" a força-tarefa.

    "É natural que pessoas investigadas reajam, e quando elas são poderosas econômica e politicamente, a reação toma um vulto", disse.

    Dallagnol disse que a força-tarefa atua "no meio de um furacão", que "levanta ânimos e acende paixões", mas que é formada por "técnicos que estão fazendo seu trabalho e tentando transmiti-lo para a sociedade".

    Apesar da breve fala, em tom calmo e de desabafo, o procurador não quis falar com a imprensa, nem responder a perguntas da plateia.

    Membros da força-tarefa lamentaram a repercussão negativa de alguns trechos da entrevista coletiva desta quarta (14), mas reafirmavam a confiança nas provas da investigação.

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