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    Judiciário pode 'cometer o mesmo erro de militares em 1964', diz Toffoli

    JOSÉ MARQUES
    DE BELO HORIZONTE

    16/09/2016 14h35

    Pedro Ladeira - 17.ago.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 17-08-2016, 14h00: O ministro Dias Toffoli. Sessão plenária do STF (Supremo Tribunal Federal), presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro Dias Toffoli, em sessão plenária do STF, presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli disse nesta sexta-feira (16) que a Justiça corre o risco de "cometer o mesmo erro que os militares cometeram em 1964" se a política for criminalizada e o Judiciário "exagerar no ativismo".

    Ao palestrar em evento de direito tributário em Belo Horizonte, Toffoli listou momentos da história do Brasil em que as Forças Armadas agiram como "poder moderador": destituíram governos e depois devolveram aos civis.

    Ele afirma que, no entanto, no golpe de 1964, os militares quiseram "se achar os donos do poder" e se desgastaram com isso.

    "Com o desgaste dos militares, porque eles deixaram de ter autoridade moral de ser o poder moderador das crises da federação brasileira, quem acaba por assumir é o Poder Judiciário", afirmou.

    "E nesse protagonismo, o Poder Judiciário tem que ter uma preocupação: também não exagerar no seu ativismo. Se exagerar no seu ativismo, ele vai ter o mesmo desgaste que tiveram os militares."

    Toffoli, que falaria no evento sobre direito tributário, deixou o tema de lado disse que era "mais importante fazer essas reflexões".

    "Se criminalizar a política e achar que o sistema judicial vai solucionar os problemas da nação brasileira, com moralismos, com pessoas batendo palma para doido dançar e destruindo a nação brasileira e a classe política... É o sistema judicial que vai salvar a nação brasileira?", questionou.

    Segundo o ministro, a Justiça tem que "resolver a crise de maneira pontual" e quando for provocada ou vai haver um "totalitarismo do Judiciário e do sistema judicial".

    "Se nós quisermos ser os protagonistas da sociedade brasileira, começarmos a fazer sentenças aditivas, começamos a fazer operações que tem 150 mandados de busca e apreensão num único dia... Temos que refletir", acrescentou.

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