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    Executivo relata propina à chapa de Dilma e Temer em 2014

    BELA MEGALE
    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    19/09/2016 22h44

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 19-08-2013: O empresário Otávio Marques de Azevedo, durante o jantar em homenagem ao prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, oferecido pelo empresário João Dória Jr., em sua casa, no bairro do Jardim Europa, em São Paulo (SP). (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)
    Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez

    Em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta segunda-feira (19), Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, afirmou que a empresa pagou R$ 1 milhão em propina à chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente Michel Temer em 2014.

    Conforme a Folha apurou, Azevedo disse que, no total, a construtora doou cerca de R$ 30 milhões às campanhas petistas em 2014.

    Parte desse montante, segundo o ex-executivo, era propina referente a contratos assinados pela empresa com o governo federal, entre eles o que garantiu à Andrade participar da construção da Usina de Belo Monte, no Pará.

    Segundo pessoas que presenciaram o depoimento ouvidas pela Folha, ele não detalhou, no entanto, qual o percentual dos R$ 30 milhões era relativo a suborno.

    Azevedo disse ainda que o R$ 1 milhão que entrou no caixa da campanha de Dilma e Temer foi proveniente de um pagamento de propina feito em março de 2014, antes do período eleitoral, ao diretório nacional do PT.

    O depoimento, prestado em São Paulo, foi colhido pelo ministro Herman Benjamin, relator das ações quer pedem a cassação da chapa presidencial que venceu as eleições daquele ano.

    Os processos, movidos pelo PSDB, apuram suspeitas de abuso de poder econômico e político, além de indícios de desvio de recursos da Petrobras para financiar a reeleição de Dilma e Temer.

    Outro ex-executivo da Andrade Gutierrez, Flavio David Barra também foi ouvido por Benjamin.

    Estavam previstos ainda depoimentos de mais quatro testemunhas, assim como Azevedo e Barra, investigados pela Operação Lava Jato: o empresário Augusto Mendonça; do ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite; do sócio da UTC, Ricardo Pessoa; do operador Júlio Gerin.

    Na sexta (16), ocorreram as oitivas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, do lobista Hamylton Pinheiro Padilha Júnior e do engenheiro Zwi Skornicki, todos delatores do esquema de corrupção da Petrobras.

    OUTRO LADO

    O advogado do PT, Flávio Caetano, afirmou que os depoimentos desta segunda corroboram "a regularidade das doações feitas à campanha de Dilma e Temer".

    "Ficou reconhecido a origem legal das doações, que provieram do mesmo caixa das doações feitas (pela Andrade Gutierrez) à campanha de Aécio Neves e Aloysio Nunes (que formavam a chapa adversária)", disse Caetano.

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