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    Lava Jato

    Prisão de Mantega foi para influenciar as eleições, diz Dilma

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    22/09/2016 20h10

    Pedro Ladeira-04.set.2014/Folhapress
    Em imagem de 2014, ex-ministro Guido Mantega acompanha Dilma durante evento no Palácio do Alvorada
    Em imagem de 2014, ex-ministro Guido Mantega acompanha Dilma durante evento no Palácio do Alvorada

    A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) classificou como "lamentável" a prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Ela afirmou também que o objetivo da ação é influenciar a campanha eleitoral.

    As declarações foram dadas nesta quinta-feira (22) em Salvador, onde a ex-presidente participou de um ato contra o presidente Michel Temer (PMDB), organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo sem Medo.

    "Hoje, um fato lamentável aconteceu, que é o uso e a tentativa de prender uma pessoa como é o ex-ministro Guido Mantega em um hospital onde a mulher dele estava sendo operada de câncer. A pergunta é: por que prender? A resposta é: para influenciar a campanha eleitoral", disse.

    Dilma disse lamentar "profundamente" a prisão e na sequência afirmou que os governos Lula e Dilma foram os que mais combateram a corrupção.

    O ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT) também comentou a operação da Polícia Federal e disse que a prisão de Mantega no hospital "foi de uma crueldade nazista".

    No ato em Salvador, a ex-presidente Dilma desfilou em cima de uma caminhonete ao lado de Jaques Wagner, do governador Rui Costa (PT) e da candidata à Prefeitura de Salvador Alice Portugal (PC do B).

    No chão, o público cercava o carro em que Dilma desfilou, com gritos de "fora, Temer" e "Dilma, guerreira, da pátria brasileira". Sorrindo e acenando para o público, a ex-presidente evitou entoar os gritos contra o presidente.

    No discurso, a ex-presidente voltou a afirmar que o impeachment foi um golpe para retirar direitos sociais e serviu para impedir que as investigações da Lava Jato "cheguem aos golpistas".

    Dilma ainda afirmou que, no governo Temer, "o povo não cabe no orçamento" e acusou o presidente de querer "privatizar tudo".

    "Eles querem privatizar tudo que puder, as terras, a Petrobras. Querem passar a comprar plataforma [de exploração de petróleo] fora do Brasil, transferindo para a Coreia, o Japão os empregos que nós poderíamos ter".

    A manifestação percorreu um trecho de 2,5 km entre a Praça do Campo Grande a Praça Castro Alves, no centro de Salvador. Segundo a organização, 50 mil pessoas participaram do ato.

    CAMPANHA NACIONALIZADA

    Além de participar do ato, Dilma também gravou cenas para o programa eleitoral de Alice Portugal.

    A candidata do PC do B tem adotado a estratégia de nacionalizar a campanha eleitoral, associando o seu adversário, o prefeito ACM Neto (DEM), ao presidente Michel Temer.

    Por outro lado, Portugal tem associado sua candidatura ao apoio de Dilma e Lula, aproveitando a popularidade de ambos no Nordeste. Em Salvador, os candidatos do PT foram os mais votados em todas as eleições presidenciais desde 1989.

    Este é o segundo ato político de que Dilma participa desde que deixou o cargo de presidente, após a confirmação do impeachment no Senado.

    Na quarta-feira (21), a ex-presidente esteve no Rio de Janeiro, onde participou de um ato de campanha da candidata Jandira Feghali (PC do B).

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