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    STF envia inquérito de Cunha e BTG à Justiça Federal em Brasília

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    28/09/2016 14h20

    Pedro Ladeira - 17.set.2015/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 17-09-2015, 15h00: O ministro Celso de Mello. Sessão plenária do STF. O ministro Ricardo Lewandowski preside a sessão. O STF retoma o julgamento sobre a incostitucionalidade de doação de empresas para campanhas políticas, que havia sido paralizado por um pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes e tem como relator o ministro Luiz Fux. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro Celso de Mello em sessão plenária no Supremo Tribunal Federal

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello decidiu nesta terça (27) enviar à Justiça Federal em Brasília um inquérito que investiga se o ex-deputado federal Eduardo Cunha beneficiou (PMDB) o grupo BTG em emendas de medidas provisórias que tramitaram na Câmara.

    A investigação, aberta em abril deste ano, corria no Supremo porque Cunha, enquanto parlamentar, possuía foro privilegiado. Na avaliação de Celso de Mello, ao ter o mandato cassado, no dia 12 deste mês, os casos relacionados a ele devem ficar sob a responsabilidade da primeira instância.

    "Presente o contexto ora exposto, impõe-se acolher a promoção do eminente Chefe do Ministério Público da União, tendo em vista a cessação da investidura de Eduardo Cunha no exercício do mandato de Deputado Federal, eis que a situação político-jurídica que lhe garantia, constitucionalmente, prerrogativa de foro[...] perante esta Corte deixou de prevalecer quando a Câmara decretou-lhe a perda do mandato parlamentar", justificou o decano.

    Em sua delação premiada, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou que é fato conhecido que "o presidente da Câmara funcionava como menino de recados de André Esteves, principalmente quando o assunto se relacionava a interesses do banco BTG, especialmente no que tange a emendas às medidas provisórias que tramitam no Congresso", diz.

    De acordo com a delação, o presidente da Câmara dos Deputados havia apresentado emenda a uma MP "possibilitando a utilização dos FCVS (Fundos de Compensação de Variações Salariais) para quitarem dívidas com a União", o que seria do interesse do BTG e Esteves.

    Em novembro, após a prisão do Delcídio, a Polícia Federal encontrou um bilhete com o ex-chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira, segundo o qual o BTG teria pago R$ 45 milhões a Cunha para mudar uma medida provisória em favor dos bancos.

    "Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais", dizia o texto do bilhete.

    AÇÕES PENAIS

    No último dia 14, o relator dos casos da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, também remeteu a instâncias inferiores as duas ações penais em que Eduardo Cunha é réu.

    Uma delas ficará sob a responsabilidade do juiz Sergio Moro, na primeira instância da Justiça Federal no Paraná, e a outra seguirá para o Tribunal Regional Federal, do Rio de Janeiro.

    Moro cuidará do processo pelo qual o ex-parlamentar é acusado de manter contas não declaradas na Suíça. No TJ do Rio tramitará o processo que envolve também a ex-deputada e atual prefeita de Rio Bonito (RJ) Solange Almeida (PMDB).

    Ela e Cunha são acusados de terem atuado num esquema de pagamento de suborno referente a contratos da Petrobras para a aquisição de navios-sonda.

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