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    Lava Jato

    Novo delator cita entrega de propina a Renan, diz revista

    DE SÃO PAULO

    01/10/2016 13h11

    Eduardo Anizelli - 11.mai.2016/Folhapress
    Renan Calheiros preside sessão do Senado para decidir sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma
    O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL)

    Um novo delator da Operação Lava Jato, apontado como um dos distribuidores de propina decorrente de contratos da Transpetro para a cúpula do PMDB, disse ter entregue dinheiro ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), segundo a revista "Veja" desta semana.

    O advogado e empresário Felipe Parente, que fechou um acordo de colaboração com o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, afirmou ainda que levou dinheiro para uma assessora de confiança do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

    O delator trabalhava para Sérgio Machado, que presidiu a Transpetro e fez uma delação considerada devastadora para a cúpula do PMDB, por conter gravações de Renan, do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente José Sarney. Numa delas, Jucá fala que é preciso fazer um pacto para "estancar a sangria" da Lava Jato.

    Segundo Machado, Renan recebeu subornos que somam R$ 32 milhões entre 2004 e 2014. Até 2007, quem fazia as entregas a Renan, segundo Machado, era Felipe Parente.

    Machado dirigiu por 12 anos a Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, por indicação do PMDB do Senado.

    O delator afirmou que entregava propina para uma assessora de Barbalho chamada Iara. Segundo os investigadores, trata-se de Iara Jonas, que trabalha com o senador há 22 anos.

    Ao ver uma foto da funcionária, Parente reconheceu-a como a destinatária do suborno. Iara disse à revista não se lembrar de Parente.

    Segundo a revista, o chamado "homem da mala" do PMDB era organizado, anotava todas as entregas que fazia e os locais do encontro.

    Machado disse que Jader recebeu R$ 4,2 milhões, dos quais R$ 3 milhões foram repassados em espécie.

    Já Sarney, de acordo com Machado, teria sido agraciado com R$ 18,5 milhões desviados da Transpetro –o que ele nega enfaticamente. Jucá e o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) teriam recebido R$ 21 milhões e R$ 850 mil, respectivamente.

    Os senadores e o ex-presidente Sarney dizem não conhecer Parente e negam com ênfase ter recebido recursos.

    Renan disse à "Veja" que a possibilidade de acharem impropriedades em suas contas eleitorais e pessoas "é zero". Já Sarney afirmou: "Não conheço Felipe Parente. O Sérgio não teria coragem de falar isso comigo".

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