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    'PT tem que cair na real', afirma presidente do PDT

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    13/10/2016 02h00

    Pedro Ladeira - 21.jan.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 21-01-2016, 15h00: O presidente nacional do PDT Carlos Lupi, ao lado de Ciro Gomes, durante reunião do diretório nacional do partido. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O presidente nacional do PDT Carlos Lupi, durante reunião do diretório nacional do partido

    Presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi afirma que "o PT terá que cair na real" e apoiar a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) à Presidência em 2018. Ao fazer balanço do primeiro turno da disputa municipal, Lupi lembra que o "PDT está maior que o PT" e avisa: "A candidatura de Ciro é irreversível".

    Lupi adianta que, a partir do ano que vem, Ciro estrelará os programas de rádio e TV a que o partido tem direito. Ciro ocupará as inserções de janeiro, março, maio e abril.

    "Agora, é hora de o PT recuar, ter humildade e apoiar Ciro. A gente também tem que ser apoiado", diz.

    Segundo Lupi, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –potencial candidato do PT em 2018– não descarta a possibilidade do partido apoiar outra candidatura. "Sinto o Lula com muita vontade de abrir. Ele acha que o PT precisa recuar para se reconstruir", diz.

    O presidente do PDT diz que "mais do que o PT, a grande derrotada da eleição é a Marina Silva", cujo partido, a Rede, teve fraco desempenho na disputa. "Cadê a Marina? Cadê a Rede?"

    Ainda segundo Lupi, Ciro está "todo feliz" e tem se dedicado às campanhas no segundo turno, sendo Osasco e Ribeirão Preto os principais alvos do PDT de São Paulo.

    Para Lupi, o desempenho do partido nestas eleições será fundamental para alavancar a candidatura de Ciro.

    Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o PDT elegeu 332 prefeitos no Brasil, crescimento de quase 10% em comparação a 2012. O PT elegeu 255 prefeitos neste primeiro turno. O PDT elegeu 3.749 vereadores, contra os 2.797 do PT.

    Em Sobral (CE), Ciro empenhou-se pessoalmente para a eleição do irmão Ivo Gomes. Em Fortaleza, trabalha pela a reeleição do prefeito, Roberto Cláudio. O PDT disputa ainda o segundo turno em Caxias do Sul (RS), São Luís (MA), Maringá (PR), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Serra (ES).

    A política de alianças na corrida municipal antecipa a estratégia do PDT para as eleições de 2018. Para pavimentar a candidatura de Ciro, o PDT se coligou com o PC do B e o PSB nestas eleições. No Recife, se uniu ao candidato do PSB contra o PT.

    Lupi rechaça ainda a tese de que Ciro não tem visibilidade nacional para a corrida presidencial. "Ele concorreu há 14 anos. É nacionalista e relativamente conhecido."

    Candidato a vice na chapa pela reeleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, Gabriel Chalita terá papel fundamental na restruturação do PDT de São Paulo, segundo Lupi.

    Ele terá muito prestígio [no PDT]. Ele foi esquecido na campanha do PT", reclama.

    Ciro, por sua vez, tem buscado aproximação com o eleitorado petista. O potencial candidato do PDT tem dado demonstrações públicas de apoio a Lula e à ex-presidente Dilma Rousseff. Ciro chegou a afirmar que acompanhará Lula em busca de asilo numa embaixada caso o petista venha a ser condenado na Operação Lava Jato.

    Esses gestos não são ignorados pela cúpula petista nem pelos militantes do PT. Ciro foi ovacionado no lançamento da candidatura de Haddad. Muitos petistas resistem, porém, a um acordo, temerosos de seus ímpetos verbais.

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