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    Mulher de Cunha é aconselhada a não visitá-lo na prisão

    DO ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
    DE CURITIBA
    DE BRASÍLIA

    20/10/2016 13h55 - Atualizado às 21h30

    A mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cordeiro Cruz, deixou Brasília nesta quinta (20) e deve ficar no Rio com os filhos.

    Ela foi aconselhada por advogados a não visitar o marido por enquanto.

    Segundo o advogado Marlus Arns, Cunha considera desgaste desnecessário a presença de parentes na carceragem nesse momento. Cruz disse a pessoas próximas ter a certeza de que será uma das próximas presas na Lava Jato.

    Seu advogado, Pierpaolo Cruz Bottini, contudo, disse não ter ouvido dela esse temor e afirmou que não vê motivo para ela ser presa, pois tem apresentado defesa e indicado testemunhas em outra ação penal que já está em andamento no Paraná.

    A ação foi aberta a partir de denúncia do Ministério Público Federal, que acusou Cláudia de lavagem de dinheiro e evasão de divisas com origem em desvios em uma diretoria da Petrobras.

    De acordo com a denúncia, Cláudia foi beneficiária de parte da propina de US$ 1,5 milhão paga a Cunha por um investimento na África.

    "Ela ficou muito preocupada, assustada, com a prisão do marido. Mas nem ela nem eu vemos motivo para uma prisão. Ela está colaborando com tudo", disse o advogado.

    Bottini lembrou que o juiz federal Sergio Moro primeiro apreendeu o passaporte de Cláudia, mas depois o devolveu, pois não enxergou risco de fuga.

    PRIMEIRA NOITE

    Eduardo Cunha está sozinho numa cela vizinha à do ex-ministro Antonio Palocci.

    Um de seus primeiros pedidos aos advogados foi uma cópia do processo de prisão. Ele está estudando ponto a ponto as alegações do Ministério Público, fazendo anotações e sublinhando os trechos que considera mais frágeis.

    Segundo Arns, Cunha permanece calmo. Os relatos na carceragem são de que o ex-deputado mantém uma postura quase impassível: não sua, não treme e não demonstra nervosismo. Na chegada ao IML (Instituto Médico Legal), na manhã desta quinta, disse "bom dia" à imprensa e afirmou que a decisão de sua prisão é "absurda".

    O ex-parlamentar não fez nenhum pedido especial de alimentação, e comeu a mesma refeição servida aos outros presos: arroz, feijão e frango. Na carceragem, ele ainda tem direito a duas horas de banho de sol por dia.

    A rotina do ex-deputado tem se resumido, nessas primeiras horas de cárcere, a reuniões com advogados.

    Na quarta (19), Cunha se reuniu na PF com cinco advogados de quatro bancas que fazem a defesa dele nos processos da Lava Jato. Nesta quinta, passou a manhã reunido com outros três defensores.

    (WÁLTER NUNES, ESTELITA HASS CARAZZAI, CAMILA MATTOSO E RUBENS VALENTE)

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