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    Jovem que jogou 'dólar' em Cunha tem ação suspensa

    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    23/10/2016 02h00

    Lula Marques -4.nov.2015/Agência PT
    Brasília- DF 04-11-2015 Foto Lula Marques/Agência PT Presidente Eduardo Cunha recebe um pacote de Dollar no rosto, durante entrevista a imprensa no salão verde. ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é alvo de notas falsas jogadas por manifestantes

    O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode levar diversas pessoas consigo à prisão, teve um pequeno revés em sua tentativa de imputar crime ao manifestante que arremessou um chumaço de cédulas falsas em sua cara.

    O protesto aconteceu há quase um ano, em novembro, quando Cunha ainda era o todo-poderoso presidente da Câmara dos Deputados e seu processo de cassação —consumada no mês passado— tinha apenas um dia de existência.

    Thiago Ferreira, um dos coordenadores nacionais do Levante Popular da Juventude, esperou Cunha dar início a uma entrevista coletiva dentro do Salão Verde da Câmara antes de encenar o seu protesto, que foi registrado por fotógrafos e cinegrafistas.

    Além da chuva de notas com o desenho do rosto do deputado, o manifestante gritou: "Trouxeram sua encomenda da Suíça!".

    Cunha proibiu no dia seguinte a entrada de pessoas não credenciadas no salão e entrou com representação contra Thiago Ferreira, também conhecido como Thiago Pará, no Juizado Especial Criminal, voltado para casos de menor potencial ofensivo.

    Como era uma autoridade, o peemedebista pôde deixar a acusação de injúria qualificada a cargo da Promotoria.

    A denúncia formal, no entanto, não chegou a ser apresentada à Justiça.

    Como Thiago é réu primário, pode receber e aceitar uma proposta de "transação". Significa que, na prática, a ação foi suspensa por dois anos. O desfecho do caso ocorreu em setembro.

    Se o manifestante não se envolver em mais nenhum problema na Justiça, o processo será extinto. Caso isso não aconteça, o promotor ainda terá que avaliar se vai entrar com uma denúncia.

    Ainda assim, Thiago não está satisfeito com o que vê como uma "Justiça desigual", que foi mais rápida para exigir explicação dele que de Cunha, preso na última quarta-feira (19) na Operação Lava Jato e levado à carceragem da Polícia Federal no Paraná.

    "Eu, por ter jogado dinheiro falso nele, fui convocado a dar esclarecimento muito antes dele, que saqueou milhões de reais do país", disse, sobre o motivo do descontentamento.

    "A gente fez um processo pacífico, democrático e, ainda assim, nós fomos convocados pela Justiça a dar explicações muito antes."

    Procurada, a defesa do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que não irá se manifestar sobre o caso.

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