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    Associação de juízes rebate críticas feitas por Gilmar Mendes

    DE BRASÍLIA

    24/10/2016 21h56

    A Ajufe (Associação dos Juízes Federais) rebateu nesta segunda (24) as declarações do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes. Em entrevista à Folha, ele acusou magistrados de aproveitarem a Operação Lava Jato "oportunisticamente" para elevarem os salários da categoria.

    Perguntado sobre as críticas do Ministério Público à chamada PEC do Teto, que limita os gastos da administração federal por 20 anos, o ministro disse que alguns setores se convertem o discurso do combate à corrupção numa "estratégia midiática".

    "A AGU (Advocacia-Geral da União), a Receita Federal, a PF também fazem o discurso de que os salários deles têm que ser elevados porque são combatentes da corrupção. É uma esperteza midiática[...]. Juízes todos estão agora engajados no combate à corrupção? São 18 mil Sergios Moros? No fundo estão aproveitando-se oportunisticamente da Lava Jato", afirmou.

    A Ajufe, por meio de nota oficial, saiu em defesa da Lava Jato e dos magistrados. Afirmou que as ações de combate à corrupção não têm a ver com oportunismo.

    "Tal operação representa um avanço significativo dentro do Estado Democrático Brasileiro e[...] a Ajufe enaltecerá a ação do Judiciário Federal, até porque sempre defendeu, e defenderá, o combate à corrupção, nada tendo isso a se relacionar com qualquer tentativa de se obter 'vantagem oportunística', como sugerido pelo ministro Gilmar Mendes", sustenta a associação.

    A entidade classifica a Lava Jato como a maior operação de combate à corrupção da história e enaltece a atuação do juiz Sérgio Moro.

    "A Ajufe louva todo o trabalho realizado na denominada Operação Lava Jato - a maior na história de combate à corrupção -, reiterando a confiança na isenção e capacidade do juiz federal Sergio Moro, bem como de todos os juízes, desembargadores federais e Ministros, que decidem fundamentadamente, de acordo com a Constituição", diz o comunicado.

    A associação afirma ainda que apenas uma pequena parcela das decisões de Moro foram alteradas em outras instâncias do Judiciário, inclusive no Supremo.

    "A motivação de todas as decisões e prisões no âmbito da Operação Lava-Jato é estritamente jurídica, tanto que o sistema processual brasileiro garante três instâncias recursais e, até o momento, menos de 4% das decisões do juiz Sérgio Moro foram reformadas, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal", finaliza a Ajufe.

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