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    Maia diz critica operação Métis e postura de ministro da Justiça

    LAÍS ALEGRETTI
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    25/10/2016 16h11

    O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira (25) que foi "equivocada" a decisão do juiz Valisney Souza de Oliveira, que autorizou, na sexta (21), a prisão de quatro policiais legislativos, entre eles o chefe da Polícia do Senado, Pedro Carvalho. Para Maia, a decisão deveria ter partido do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim como fez o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Rodrigo Maia também criticou a postura do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

    "Houve uma decisão equivocada de um juiz de primeira instancia em relação a um poder. Essa decisão deveria ter partido do Supremo. Eu acho que está certa essa decisão de encaminhar essa reclamação ao Supremo e o Supremo vai decidir. O presidente Renan tomou a decisão correta e agora vamos esperar que se possa restabelecer a harmonia dos Poderes, que é tão importante", afirmou Maia.

    Na segunda (24), Renan Calheiros disse que o Senado ingressará com uma ação no STF para "fixar as competências dos poderes". Ele criticou a postura do juiz Valisney Souza de Oliveira e chamou o magistrado de "juizeco". Já nesta terça, a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, rebateu as críticas feitas por Renan. Ela exigiu respeito ao Judiciário e disse que, a cada agressão a um juiz, ela própria se sente agredida.

    Questionado sobre encontros com Renan Calheiros nesta semana, Maia disse que a operação da Polícia Federal foi duvidosa e que cabe aos presidentes das duas casas dialogarem. "Nossa obrigação é, em um momento que aconteceu uma operação que é, de fato, no mínimo duvidosa, o diálogo é importante, porque hoje foi Senado, amanha pode ser a Câmara, depois de amanhã pode ser o Supremo ou a própria Presidência da República", disse.

    Maia disse que Renan está "100% correto" na reclamação. O presidente do Senado chegou a dizer que a Polícia Federal utiliza "métodos fascistas".

    MINISTRO DA JUSTIÇA

    Apesar de fazer elogios ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, Rodrigo Maia disse nesta terça-feira que não caberia a ele fazer uma avaliação de "mérito" sobre o caso.

    "O ministro da Justiça é um dos melhores quadros que o governo tem, é um quadro de muita qualidade, mas acho que na sexta-feira (21) ele discutiu mérito. A Polícia Federal agiu por decisão judicial. Certo ou errado, por decisão judicial. Mas, a partir daí, a palavra do ministro de discutir o mérito, se a Polícia Legislativa foi aquém das suas atribuições ou não, eu acho que isso não caberia a ele. Essa é uma avaliação que o ministro da Justiça não deveria ter feito", disse Maia.

    Renan Calheiros fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (24). O presidente do Senado disse que Moraes "não tem se portado como um ministro de Estado". "No máximo, tem se portado como um ministro circunstancial de governo, chefete de polícia", disse Renan.

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