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    Aniversário de Lula tem peregrinação de petistas a instituto em São Paulo

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    27/10/2016 21h10 - Atualizado às 22h04

    Diego Padgurschi/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL - 27-10-2016: Ex-presidente Lula comemora seu aniversario com apoiadores no quintal da casa onde funciona o Instituto Lula no Ipiranga em SP. (Diego Padgurschi /Folhapress - PODER)
    Ex-presidente Lula comemora seu 71º aniversário com apoiadores, no Instituto Lula

    "Ninguém apaga fácil o fogo de um pernambucano", brincou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a terceira tentativa frustrada de apagar a vela do bolo em comemoração ao seu 71º aniversário, nesta quinta (27).

    Minutos antes, cerca de 20 militantes o haviam homenageado. Reunidos à porta do Instituto Lula, zona sul de São Paulo, os simpatizantes foram convidados a comer salgadinhos e pizza, o cardápio da discreta festa.

    Ao falar de seus 71 anos, ele se disse "um garoto". "Eu faço exercício e vocês com essas barrigas", brincou.

    Amigos de Lula reforçaram o menu. O deputado federal José Mentor, por exemplo, levou sacos de batatas fritas.

    O presidente do PT, Rui Falcão, presenteou Lula com uma garrafa de uísque.

    Ao chegar ao instituto, o vereador paulistano Alfredinho disse que continha suco na garrafa que carregava.

    Lula aproveitou a confraternização para fazer política. Nas conversas, insistiu na escolha do ex-ministro Jaques Wagner para a presidência do partido.

    Aos amigos Lula rejeitou, mais uma vez, a possibilidade de assumir o comando do PT. E afirmou que, hoje, Wagner seria o mais capaz de unificar as diferentes tendências do partido.

    Apesar de uma simpatia do ex-presidente por Jaques Wagner, a CNB (Construindo um Novo Brasil), a maior tendência do PT, consultou o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, sobre a possibilidade de presidir o partido.

    Segundo petistas, Marinho disse que pretende concorrer ao governo de São Paulo, mas encerrou a conversa dizendo-se cumpridor de missões partidárias.

    SUPLICY

    Um dos visitantes de Lula, o ex-senador e vereador eleito Eduardo Suplicy conversou por mais de 50 minutos com o aniversariante:

    "Ele defendeu a união das diferentes correntes", relatou Suplicy, à saída do instituto.

    Nas conversas, Lula sugeriu que o PT se reorganizasse na oposição. Ele tem lembrado que os partidos encolhem quando estão fora do governo, como aconteceu com o próprio PSDB após sua eleição em 2002.
    "Há espaço para a oposição no Brasil", repete.

    Ainda segundo Suplicy, Lula repetiu não ter cometido irregularidades e criticou os responsáveis pela Operação Lava Jato.

    De acordo com presentes, Lula estava particularmente entusiasmado com a decisão da ONU de avaliar a queixa do instituto de violação de direitos na Lava Jato, que considerou "uma vitória".

    O roteiro da comemoração iniciou-se pela manhã, com visitas de petistas, como o senador Lindbergh Farias (RJ).

    Na hora do almoço, Lula comemorou com assessores do instituto, brindando com espumante.

    À noite, recebeu dirigentes do PT e de movimentos de esquerda, como Guilherme Boulos e o presidente da CUT, Vagner Freitas, que levou uma garrafa de vinho para a confraternização.

    A ex-presidente Dilma Rousseff, que passou o dia em São Paulo, se reuniu com Lula na véspera.

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, chegou ao instituto no início da noite.

    Os ex-ministros Alexandre Padilha, Aloizio Mercadante e Walfrido dos Mares Guia também compareceram à confraternização, assim como dois ex-tesoureiros de campanha Edinho Silva, eleito prefeito de Araraquara (SP), e José de Fillipi.

    Um grupo de apoiadores de Lula arrecadou R$ 1.870 para presentear o ex-presidente. Com o dinheiro, enviou cravos vermelhos ao aniversariante e um bolo de três quilos. O presente consumiu R$ 550. Com restante, enviará cravos a Lula a cada dia 27 dos meses seguintes. Até o dinheiro acabar.

    FORA DA CAMPANHA

    O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), foi ao instituto e, diferentemente de Lula, disse que votará no segundo turno da eleição na cidade, embora seu candidato tenha sido derrotado na primeira votação.

    "Lula já tem 71 anos. Não precisa votar", justificou o prefeito petista.

    No município onde o ex-presidente fez sua carreira política, candidatos do PSDB e PPS, ambos críticos ao PT, disputam o segundo turno.

    No momento em que Lula pregava unidade entre os petistas, seus partidários davam, no Rio Grande do Sul, provas de ruptura interna.

    Em Porto Alegre, petistas de diferentes correntes partidárias lançaram um manifesto pela realização de um congresso e antecipação das eleições internas do partido.

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