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    Depois de críticas, Renan diz que Cármen Lúcia é 'exemplo de caráter'

    MARINA DIAS
    GABRIEL MASCARENHAS
    CAMILA MATTOSO
    DE BRASÍLIA

    28/10/2016 16h20

    Carlos Humberto/SCO/STF
    Ministra Carmen Lucia participa de reuniao com o presidente Temer para discutir Pacto Nacional da Segurança Pública no Itamaratí. Foto: Carlos Humberto/SCO/STF (28/10/2016) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Carmen Lúcia, Michel Temer e Renan Calheiros se reuniram nessa sexta (28)

    Três dias após atacar publicamente o Judiciário e gerar mal-estar com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu adotar discurso apaziguador nesta sexta-feira (28) e disse que a ministra é "exemplo de caráter" para o povo brasileiro.

    Depois de participar de uma reunião com o presidente Michel Temer, Cármen Lúcia e outras autoridades, no Itamaraty, para discutir o novo plano de segurança pública, Renan afirmou que tem "orgulho" de presidir o Congresso no mesmo período em que ministra comanda a Suprema Corte.

    "Aproveitei a oportunidade para dizer que tenho muito orgulho, um orgulho que vou levar para minha vida, de ser presidente do Congresso Nacional no exato momento em que a presidente Cármen Lúcia é presidente do Supremo Tribunal Federal. Ela é, sem dúvida nenhuma, o exemplo do caráter que nós precisamos que identifique o povo brasileiro", afirmou Renan.

    Antes do encontro, que contou também com a presença do ministro Alexandre de Moraes (Justiça), outro alvo das críticas de Renan, o presidente do Senado telefonou para a ministra e pediu desculpas pela polêmica gerada no início da semana.

    Na conversa, ainda na quinta-feira (27), desculpou-se e disse que a admirava e a respeitava pelo trabalho à frente do STF. Afirmou também que suas declarações precisavam ser vistas como uma defesa do Legislativo, na mesma linha do que Cármen fez ao rebater as críticas dele ao Judiciário.

    O desentendimento entre os comandantes do Senado e do STF começou depois que Renan criticou duramente a Operação Métis, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada e que prendeu quatro policiais legislativos e dentro do Senado.

    Renan classificou como "juizeco" o titular da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, que autorizou a ação. No dia seguinte, Cármen Lúcia rebateu. Sem citar o peemedebista nominalmente, exigiu respeito e afirmou que todas as vezes em que um magistrado é ofendido, ela própria sente-se agredida.

    A aliados, Renan disse que a declaração de Cármen era "desnecessária" e que "enquanto esticassem a corda", ele também "esticaria" a sua.

    REUNIÃO

    Oficialmente, a reunião desta sexta, que durou mais de três horas, serviu para tratar do novo plano de segurança pública, com enfoque principalmente nas fronteiras.

    O encontro, comandado por Temer, é o primeiro de uma série para discutir o aumento da criminalidade no país e deve contar com outras versões, com governadores e secretários estaduais de segurança pública.

    Depois do encontro, a maior parte dos participantes seguiu para um almoço no Itamaraty. Cármen Lúcia, porém, não participou da confraternização.

    A reunião e o almoço foram fechados à imprensa e as autoridades limitaram-se a declarações protocolares.

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