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    Lava Jato

    Empresário preso na Lava Jato admite pagamento de propina e é solto

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    03/11/2016 17h40

    Reprodução/Instagram
    O empresario Mariano Marcondes Ferraz com sua mulher, a atriz Luiza Valdetaro
    O empresario Mariano Marcondes Ferraz com sua mulher, a atriz Luiza Valdetaro

    O juiz federal Sergio Moro mandou soltar, nesta quinta-feira (3), o empresário Mariano Marcondes Ferraz, preso na Operação Lava Jato sob suspeita de pagar propina na Petrobras.

    Ele foi detido preventivamente na semana passada, quando tentava embarcar para Londres, no aeroporto de Guarulhos (SP).

    Executivo da multinacional Trafigura, que atua na área de logística e transporte marinho, Ferraz admitiu o pagamento de propina, em depoimento à Polícia Federal, e se comprometeu a colaborar com as investigações, segundo informou sua defesa.

    O advogado Carlos Eduardo Machado, porém, não quis dar detalhes sobre o depoimento e informou apenas que irá "aguardar o rumo das investigações".

    Ferraz pagou fiança de R$ 3 milhões, entregou o passaporte à Polícia Federal e deve deixar a carceragem em Curitiba ainda nesta quinta.

    SUSPEITAS

    O empresário, que vive em Londres, foi citado na delação de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.

    Ele afirmou ter recebido US$ 800 mil em propina de Ferraz por um contrato de aluguel de um terminal no porto de Suape, em Pernambuco. O dinheiro teria sido pago no exterior, em contas no nome do seu genro, Humberto Sampaio Mesquita.

    Mesquita e um terceiro delator, Fernando Soares, o Baiano, confirmaram os fatos. A investigação também obteve comprovantes de um depósito feito diretamente de uma conta de Ferraz para a offshore do genro.

    Em petição a Moro, a defesa informou que Ferraz manteve "evidente postura colaborativa" com a investigação e admitiu os fatos "em longo e minucioso depoimento".

    Ele e sua família –o empresário é casado com a atriz Luiza Valdetaro– informaram que irão se mudar para o Rio de Janeiro enquanto perdurar a investigação. Eles apresentaram inclusive o pedido de transferência escolar da filha mais velha de Valdetaro para o Brasil.

    O Ministério Público Federal se posicionou favoravelmente à soltura do empresário.

    Ferraz não poderá deixar o país nem mudar de endereço sem comunicar previamente à Justiça.

    Em nota, a Trafigura informou que acompanhou os depoimentos no Brasil e que "a questão está em processo de análise interna". A empresa não irá comentar o tema "até ter plena ciência dos fatos".

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