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    'Se fosse homofóbico, não te daria esta entrevista', diz Bolsonaro a jornalista

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    10/11/2016 20h33

    Pedro Ladeira - 9.nov.16/Folhapress
    Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquiva processo contra Jair Bolsonaro, que respondia no colegiado por apologia à tortura
    O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), no Conselho de Ética da Câmara

    O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) insinuou que um jornalista era homossexual ao ser questionado, nesta quinta-feira (10), no Recife, se era homofóbico.

    "Jair Bolsonaro é homofóbico?", questionou o jornalista Marcos Oliveira, do portal pernambucano NE10.

    "Se eu fosse, não estaria dando entrevista para você", respondeu Bolsonaro, durante entrevista em evento na Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco.

    Diante da resposta de Bolsonaro, participantes do evento gargalharam e até aplaudiram o deputado.

    Nesta quarta-feira (9), Bolsonaro negou ao Conselho de Ética da Câmara ter usado expressões homofóbicas contra o também deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que é homossexual.

    De acordo com o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), Bolsonaro ofendeu Wyllys, na votação do impeachment de Dilma Rousseff, com as expressões "queima-rosca", "franguinha" e "viadinho". Bolsonaro negou.

    O deputado Glauber (PSOL-RJ) disse que Bolsonaro mentiu ao dizer que nunca direcionou ataques homofóbicos a Jean Wyllys e leu na sessão declarações atribuídas a Bolsonaro em outras sessões da Câmara em que ele chama o colega de adorador do "aparelho excretor", por exemplo.

    Bolsonaro não falou diretamente sobre essas declarações e acusou Glauber de mentir. Fez ainda insinuações de que o deputado defenderia Wyllys como marido e mulher. "Faça essa carinha quando tiver com Jean Wyllys, ele vai gostar muito, vai gostar desse biquinho", disse, em direção a Glauber.

    Também nesta quarta-feira, o Conselho de Ética da Câmara decidiu, por 11 votos a 1, arquivar a representação que pedia a cassação do mandato de Jair Bolsonaro por ele ter defendido em plenário a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais símbolos da repressão durante a ditadura militar.

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