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    Lava Jato

    Lula diz ser alvo de 'pacto diabólico' na Lava Jato

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    10/11/2016 23h34

    Avener Prado/Folhapress
    Lula discursa em ato de apoio a ele na casa de Portugal, no centro de São Paulo
    Lula discursa em ato de apoio a ele na casa de Portugal, no centro de São Paulo

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou os responsáveis pela Operação Lava Jato de comprometimento político e ideológico.

    Ao discursar durante ato programado em sua defesa, na noite desta quinta (10), Lula se disse alvo de "um pacto diabólico". O ex-presidente afirmou que os agentes públicos responsáveis pela operação "mexeram com a pessoa errada" e "fazem mal ao Ministério Público, que tem muita gente séria".

    Também fazem mal, completou Lula, "a uma instituição chamada Polícia Federal, que foi criada para defender o Estado brasileiro e para investigar, e não para permitir que delegados comprometidos ideologicamente e politicamente com determinados partidos venham fazer falsas acusações".

    Após ouvir um manifesto assinado pelos cantores Gilberto Gil e Chico Buarque, entre outros, Lula declarou: "não me sinto confortável participando de um ato em minha defesa. Eu me sentiria confortável participando de um ato de acusação à força-tarefa da Lava Jato, que está mentindo para a sociedade brasileira".

    Cercado por petistas e dirigentes de movimentos de esquerda, Lula disse também que gostaria de estar "acusando o comportamento perverso dos meios de comunicação, que mentem descaradamente".

    "Não tenho problema em prestar quantos depoimentos forem necessários. [...] Tenho preocupação é quando vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo."

    No discurso, Lula chamou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto de companheiro. O ex-presidente disse que Vaccari, hoje preso pela Lava Jato, foi inocentado após oito anos de exposição pelo Ministério Público de São Paulo.

    Lula ainda comparou a atuação da imprensa na Lava Jato com o caso da Escola Base, cujos proprietários foram injustamente acusados de abusar sexualmente dos alunos.

    O ex-presidente disse que os responsáveis pela Lava Jato "estão acostumados a lidar com políticos que têm medo deles", mas esse não é seu caso.

    "Não tenho que provar minha inocência, eles é que tem que provar a inocência deles na acusação."

    CRÍTICA A MORO

    No ato, apoiadores de Lula distribuíram panfletos em defesa do petista e com críticas ao juiz Sergio Moro.

    Com o título "Um Brasil Justo para todos e para Lula", o texto diz que "não é certo um juiz deixar as pessoas presas para falarem só o que ele quer ouvir mesmo que seja sem prova".

    Sem citar o nome de Moro, o documento diz ainda que "não é certo recusar delações só porque não falam de Lula".

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