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    Lava Jato

    Ex-chefe de gabinete de Lula defende obra em piscina do Alvorada

    MARINA DIAS
    BELA MEGALE
    DE BRASÍLIA

    15/11/2016 02h00 - Atualizado às 17h09
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Pedro Ladeira - 3.fev.2016/Folhapress
    Gilberto Carvalho, ex-ministro de Lula e de Dilma Rousseff
    Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula

    Ex-chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho criticou a Polícia Federal por investigar suspeitas sobre a reforma que a Odebrecht fez na piscina do Palácio da Alvorada em 2008, durante a gestão do petista.

    "É irresponsabilidade e, dessa forma, a PF desmerece o trabalho sério que acreditamos que ela sempre praticou", disse à Folha.

    Segundo ele, a Odebrecht fez parte de um consórcio de 22 empresas que, em 2004, custeou uma reforma no Alvorada. As obras, no valor de R$ 18,4 milhões à época, duraram de dezembro de 2004 a março de 2006.

    No domingo (13), a Folha revelou que a PF investiga uma obra na piscina, realizada dois anos depois sem ter contrato com o governo.

    Os investigadores levantaram suspeitas após análises de e-mails trocados em 2008 pelo então presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, com outros executivos envolvidos no petrolão.

    Nas mensagens, Marcelo fala sobre a obra em uma piscina em Brasília, menciona o "amigo" (apelido dado a Lula, segundo a PF ) e mostra preocupação com a possível divulgação de informações sobre a reforma.

    Carvalho diz que a colocação do piso da piscina foi feita somente dois anos depois da reforma original porque "não poderia ser qualquer pedra a ser colocada ali" e que a Odebrecht "se comprometeu diante do consórcio [de 2004]" a executar a obra.

    Ele afirma não ter conhecimento sobre algum documento que prove que a reforma da piscina fora acertada em 2006, dois anos antes.

    Segundo o ex-chefe de gabinete, a piscina "foi tratada no conjunto da obra, ficando para o final, quando o restante já estava sendo entregue, assim como outros detalhes".

    Relatórios da Presidência aos quais a Folha teve acesso confirmam a reforma em 2008 e, diferentemente de outras intervenções realizadas, não registram informações sobre a empresa que fez o reparo, custo ou existência de contratos.

    O petista diz que não há contrato nesse caso porque não foi uma "obra comprada", ou seja, "sem custo" para os cofres públicos.

    Procurada deste sexta (11), a assessoria do Instituto Lula não comentou o assunto.

    Carvalho diz que a investigação é "desespero" e que, ao não conseguir reunir provas contra o ex-presidente, a PF "faz todo o tipo de acusação sem o mínimo de cuidados de verificar os fatos".

    "É um guerra jurídica na qual a acusação não é mais importante, mas fazer a desconstrução da pessoa [Lula]".

    Perguntado sobre por que Marcelo, hoje preso em Curitiba, demonstrou preocupação em vincular a Odebrecht com a reforma da piscina, Carvalho disse que é preciso "perguntar para ele". A Odebrecht não se manifestou.

    Segundo o petista, as obras foram feitas pelas empresas que, juntas, formaram a Apra (Associação para a Restauração do Palácio da Alvorada), composta por Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) e Fundação Ricardo Franco, que fiscalizou o trabalho.

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