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    Em Bangu, Cabral tem cabelo cortado e divide cela com ex-secretários

    LUIZA FRANCO
    DO RIO

    18/11/2016 11h59 - Atualizado às 17h41

    Reprodução
    Foto do ex-governador Sérgio Cabral ao dar entrada em presídio
    Fotos do ex-governador Sérgio Cabral ao dar entrada em presídio

    Com cabelo cortado e uniforme de presidiário, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) passou, nesta sexta-feira (18), seu primeiro dia no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.

    Ainda que não fosse dia de visita, Cabral teria direto a uma, de caráter extraordinário. Porém não recebeu ninguém. De manhã, tomou um café da manhã de pão com manteiga. À tarde, almoçou.

    Preso na quinta, Cabral divide cela com seus ex-secretários e ex-assessores José Orlando Rabelo, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, Hudson Braga, Luiz Paulo Reis e Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves, todos alvos da Operação Calicute, da força-tarefa da Lava Jato.

    Segundo o procurador regional José Antônio Vagos, o fato de suspeitos no mesmo caso ficarem juntos na cela não é um problema. "O depoimento deles foi tomado após a operação [antes de irem para a mesma cela]. Não vimos necessidade para que ficassem em celas diferentes."

    O ex-governador é acusado de desviar mais de R$ 220 milhões de recursos públicos federais em obras realizadas no Estado, que passa por uma crise fiscal. Procurada, a defesa de Cabral não se pronunciou sobre as acusações.

    CADEIA VIP

    Apelidada de "cadeia dos VIPs", a Cadeia Pública Pedrolino de Oliveira, conhecida como Bangu 8, é reservada para pessoas que têm nível superior. Cabral é formado em jornalismo. Há 130 detentos na unidade, que tem capacidade para 154 presos.

    Foi lá onde ficou, em 2015, o banqueiro André Esteves, também investigado na Lava Jato, e, mais recentemente, Fernando Cavendish, empreiteiro da Delta, e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

    Outro detento conhecido é Salvatore Cacciola, do banco Marka, que esteve preso no local por três anos, entre 2008 e 2011, época em que Cabral era governador.

    Havia a suspeita de que Cacciola recebia regalias como pedidos de restaurantes.

    A cela onde Cabral está preso tem 16 m², três camas tipo beliche, um chuveiro, uma pia e um vaso sanitário, que é um buraco no chão ligado à rede de esgoto.

    No almoço e no jantar, o cardápio é composto por: arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne, legumes, salada, sobremesa e refresco. Já o lanche é um guaraná e pão com manteiga ou bolo.

    A Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) diz que cortar os cabelos dos detentos é um protocolo por questão de higiene. Segundo a pasta, Anthony Garotinho (PR), também levado para Bangu, não passou pelo procedimento por ter ficado em uma unidade hospitalar e não ter feito a triagem.

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