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    Lava Jato

    Lava Jato devolve mais R$ 200 milhões à Petrobras

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    18/11/2016 17h10

    Theo Marques/Folhapress
    Cerimônia do Ministério Público Federal para oficializar a devolução de R$ 202 milhões
    Cerimônia do Ministério Público Federal para oficializar a devolução de R$ 202 milhões à Petrobras

    A força-tarefa da Operação Lava Jato devolveu nesta sexta-feira (18) à Petrobras cerca de R$ 200 milhões que haviam sido desviados da estatal em atos de corrupção.

    O dinheiro é de delatores que fizeram acordos com a Justiça. Neste caso, foram 18 pessoas físicas e três empresas (Carioca Engenharia, Camargo Corrêa e Setal Óleo e Gás).

    Este é o terceiro ato de devolução de recursos à Petrobras. No total, R$ 500 milhões já foram recuperados para a estatal —ainda pouco perto do prejuízo estimado de R$ 6,2 bilhões causados pela corrupção.

    O dinheiro vai para o caixa geral da estatal, e ajuda a pagar a dívida da empresa, atualmente de US$ 132 bilhões.

    O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a verba é "de uma contribuição importantíssima".

    "R$ 500 milhões é muito dinheiro", disse. "Eu não quero diminuir a relevância desse montante."

    Ele destacou que a Petrobras foi "uma vítima" da corrupção, promovida por "uma minoria desonesta e criminosa", e afirmou que a empresa tem adotado medidas para coibir a prática.

    "Nós vamos continuar ao lado do Ministério Público Federal. Acelerar esse processo é uma forma de fazermos justiça a todos."

    HISTÓRICO

    O montante devolvido nesta sexta foi o maior da história da Justiça criminal no país.

    "No Brasil, isso é uma façanha, uma proeza", afirmou o procurador da República Deltan Dallagnol. "Estamos atravessando uma fronteira", disse o auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima.

    Bens de delatores que ainda estão em processo de leilão ou liquidação pela Justiça serão entregues à Petrobras em atos futuros.

    Já os réus que tiveram bens bloqueados mas não são colaboradores só terão seu dinheiro transferido à estatal caso sejam condenados, e apenas depois do trânsito em julgado da sentença. É o caso de investigados como os publicitários João Santana e Monica Moura, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, entre outros.

    "Os direitos dos réus são sagrados, mas não mais sagrados do que os das vítimas", afirmou Dallagnol.

    Os membros da força-tarefa elogiaram a atuação da atual gestão da Petrobras no combate à corrupção e pediram, mais uma vez, a aprovação das dez medidas contra a corrupção, que devem ser votadas na Câmara na próxima semana.

    Quem já devolveu dinheiro à Petrobras:

    Pedro Barusco - R$ 267 milhões
    Paulo Roberto Costa - R$ 70 milhões
    Hamylton Padilha - R$ 56 milhões
    Júlio Camargo - R$ 16,3 milhões
    Milton Pascowitch - R$ 16,1 milhões
    Camargo Corrêa - R$ 13,5 milhões
    Roberto Trombeta - R$ 11,9 milhões
    Rodrigo Morales - R$ 8,6 milhões
    José Adolfo Pascowitch - R$ 8 milhões
    Ricardo Pessoa - R$ 5,6 milhões
    Carioca Engenharia - R$ 4,5 milhões
    Augusto Mendonça - R$ 3,6 milhões
    Eduardo Leite - R$ 3,2 milhões
    Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva - R$ 3,2 milhões
    Setal Óleo e Gás - R$ 2,5 milhões
    Eduardo Musa -R$ 2,49 milhões
    João Medeiros Ferraz - R$ 1,5 milhão
    Cid José Campos Barbosa da Silva - R$ 1,3 milhão
    Mário Goes - R$ 1,15 milhão
    Shinko Nakandakari - R$ 1 milhão
    Dalton Avancini - R$ 615 mil
    Agosthilde Carvalho - R$ 561 mil

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