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    Ministro da Cultura, Marcelo Calero, pede demissão do governo

    PAULO GAMA
    DO PAINEL
    NATUZA NERY
    EDITORA DO PAINEL
    DANIEL CARVALHO
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    18/11/2016 18h52 - Atualizado às 22h10

    Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
    O Ministro da Cultura Marcelo Calero em audiência pública para esclarecimentos sobre fatos relacionados ao objeto de investigação da CPI da Rouanet
    O ministro da Cultura de Temer, Marcelo Calero, que pediu demissão do governo

    Com o argumento de que tinha divergências com integrantes do governo do presidente Michel Temer, Marcelo Calero pediu demissão nesta sexta-feira (18) do Ministério da Cultura.

    Para o lugar dele, foi anunciado o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP).

    Calero é o quinto ministro que deixou a administração do peemedebista desde que ele assumiu o Palácio do Planalto, há seis meses.

    A informação sobre a demissão foi antecipada pela coluna Painel, da Folha.

    Próximo ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), Calero falou com Temer na noite de quinta-feira (17). O presidente pediu para ele reconsiderar a saída, mas o ministro manteve a decisão e enviou uma carta de demissão nesta sexta-feira.

    Calero não detalhou no documento, entretanto, com quem teve divergências que motivaram a decisão de sair da pasta.

    Em conversas nos bastidores, porém, o ministro vinha reclamando nas últimas semanas de embates com o Palácio do Planalto em relação a indicações políticas na pasta e a dificuldades em autorização de verbas.

    Ele dizia que pretendia inclusive retornar para a carreira diplomática, na qual atuou de 2007 a 2013, antes de assumir a secretaria municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

    Segundo a Folha apurou, um episódio recente de confronto de Calero com o Palácio do Planalto ocorreu no início deste mês. Assessores e auxiliares defendiam que Temer fosse ao Nordeste para sancionar lei que torna vaquejada patrimônio cultural imaterial.

    O presidente, que tem baixa popularidade na região, aproveitaria o apelo do tema para tentar minimizar o quadro. O Ministério da Cultura, porém, defendeu o veto ao projeto e Temer recuou.

    O repentino pedido de saída pegou de surpresa tanto o presidente como o ministro Mendonça Filho, padrinho político de Calero no governo federal e responsável por sua nomeação quando a pasta ainda era subordinada ao Ministério da Educação.

    "Não falei com ele ainda. Na verdade, estou sabendo por vocês que ele pediu demissão", afirmou à Folha.

    Os dois estiveram juntos pela última vez na quarta (16), em um jantar promovido pelo presidente para a base aliada no Senado Federal.

    Segundo o ministro, Calero não relatou qualquer insatisfação a ele.

    Em entrevista à Folha, Freire também disse ter sido pego de surpresa com o telefonema do presidente convidando-o para assumir a pasta da Cultura. "Foi surpresa. Não tem muito o que discutir", afirmou.

    Ele estava em Brasília quando recebeu a chamada de Michel Temer, que está em São Paulo. Ficaram de se reunir na segunda-feira (21) para definir os rumos da pasta.

    Segundo ele, Temer não deu detalhes sobre a saída de Calero. "Não explicou nem perguntei",afirmou.

    ESCOLHIDO

    Pernambucano, Freire já havia sido convidado por Temer para ficar responsável pelo Ministério Cultura no início do governo, quando a área ficaria restrita a uma secretaria nacional.

    Ele é o segundo nome do PPS convidado para o primeiro escalão do governo federal e o 12º deputado federal escolhido para a Esplanada.

    Neste final de semana, Freire deve se encontrar com o outro ministro do PPS, Raul Jungmann (Defesa), em reunião partidária no Recife.

    Antes de Calero, os seguintes ministros deixaram o cargo na gestão de Temer: Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência ), Henrique Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União).

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