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    Novo ministro da Cultura diz que não se submeterá a pressões

    RANIER BRAGON
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    19/11/2016 11h07

    Divulgação/PPS
    "A cidadania deve se mobilizar e se manifestar pacificamente, sem aceitar provocação" O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), conclamou a população a sair às ruas para se posicionar em defesa da investigação da Operação Lava Jato, que chegou, na manhã desta sexta-feira (04), à condução coercitiva do ex-presidente Lula, para prestar depoimento. "A cidadania deve se mobilizar e se manifestar pacificamente, sem aceitar provocação", afirmou Freire no twitter.
    O deputado Roberto Freire (PPS), que assume a vaga de Marcelo Calero no Ministério da Cultura

    Convidado por Michel Temer para a vaga de Marcelo Calero, o deputado Roberto Freire (PPS) afirmou à Folha na manhã deste sábado (19) que não se sente constrangido em assumir o cargo em meio a uma polêmica, mas disse ter por princípio não se submeter a pressões e obedecer sempre as decisões dos órgãos técnicos.

    "Não tenho constrangimento nenhum. Não vou assumir por pressão de quem quer que seja, e nem vou me submeter a pressão. Até porque não acho que seja muito a prática do Temer, não me parece que Temer use da política para fazer pressão", disse Freire.

    O futuro ministro disse que tomou conhecimento pela Folha da afirmação de Calero de que o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) pressionou o antigo titular da Cultura para que interferisse em um empreendimento imobiliário na Bahia em que tinha interesse pessoal.

    Apesar de ressaltar não ter conhecimento do caso específico, Freire indicou a disposição de manter a decisão do antecessor.

    "Vou saber o que está havendo, mas uma coisa é certa, ministro tem que pelo menos respeitar aquilo que é decisão dos órgãos competentes e tecnicamente capacitados para decidir. Isso é um princípio geral. Não sei o caso específico, mas vai ter que se aplicar esse princípio geral, de que temos que respeitar as decisões dos organismos técnicos e competentes."

    Em entrevista à Folha, Calero disse ter sido procurado ao menos cinco vezes por Geddel –por telefone e pessoalmente– para que ele assegurasse que o Iphan, instituto ligado à pasta, desse um parecer liberando a obra em construção em Salvador, onde o ministro dizia ter um apartamento.

    Freire afirmou que conversará com Temer sobre sua posse na segunda-feira (21).

    DESGASTE

    Para auxiliares e assessores presidenciais, a acusação feita por Calero é "grave" e não pode ser tratada com normalidade pelo presidente.

    A avaliação é que o episódio desgasta ainda mais a imagem de Geddel, afetada com a revelação de troca de mensagens entre ele e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, preso no rastro da Operação Lava Jato.

    Segundo o entorno do presidente, Temer irá esperar a repercussão do episódio durante a semana para tomar uma decisão definitiva sobre a permanência ou saída de Geddel da pasta.

    Segundo a Folha apurou, o presidente chegou a ser informado antes da saída de Calero sobre a pressão de Geddel para autorizar a obra e tentou demover o ministro da intenção de deixar a pasta.

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