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    Para suceder Geddel, Temer avalia nomes que não afetem votações

    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    25/11/2016 12h46

    Alan Marques/Folhapress
    Michel Temer discursa na cerimônia no Palácio do Planalto nesta quinta (24)
    Michel Temer discursa na cerimônia no Palácio do Planalto nesta quinta (24)

    O presidente Michel Temer decidiu deixar para a semana que vem o anúncio do substituto de Geddel Vieira Lima no comando da Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação política junto ao Congresso Nacional.

    Com receio de que a saída do ministro ameace a pauta governista no Congresso, o peemedebista resolveu antecipar nesta sexta-feira (25) viagem a São Paulo, onde passará o final de semana em conversas com aliados políticos e líderes da base aliada.

    Uma das principais preocupações agora é a PEC do teto do gasto público, à espera da votação dos senadores. O sucessor de Geddel terá papel fundamental na negociação da PEC e de reformas importantes no Congresso, entre elas a da Previdência, que deve ser enviada pelo Planalto ainda este ano.

    Por isso, Temer busca um nome que garanta uma boa interlocução com os parlamentares.

    O presidente deve se reunir, por exemplo, com a cúpula nacional do PSDB, principal partido aliado do governo peemedebista, para discutir nomes para o posto. Setores da legenda querem indicar alguém para o lugar de Geddel.

    Segundo a Folha apurou, Temer avalia dois nomes do Palácio do Planalto para o posto: o secretário-executivo do PPI (Programa de Parceria e Investimento), Moreira Franco, e o assessor especial da Presidência da República, Rodrigo Rocha Loures. Mas uma outra escolha não está descartada.

    Ministros caídos do Governo Temer

    O primeiro é um nome que faz parte do grupo de confiança do presidente e que tem uma relação próxima com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu genro. O cargo também daria foro privilegiado ao ministro, citado em delações premiadas no rastro da Operação Lava Jato.

    O receio de que o secretário-executivo possa ser envolvido em denúncias, contudo, causa preocupação ao governo federal, o qual teme que a pasta possa novamente estar no centro de uma crise política.

    O segundo já ocupou a secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República e costuma ser escalado em votações importantes no Congresso Nacional para dialogar com a base aliada e com os partidos de oposição. A crítica é que o cargo, contudo, pede um nome com maior peso político.

    Para auxiliares e assessores presidenciais, o presidente pode ainda aproveitar a função para prestigiar a Câmara dos Deputados, indicando um nome da base aliada para acalmar os ânimos com a saída do ministro.

    Nas palavras de um aliado do presidente, na tentativa de alcançar um consenso para a sucessão da Câmara dos Deputados, ele poderia nomear um nome do chamado "centrão", facilitando um acordo em torno da reeleição de Rodrigo Maia.

    Os principais nomes lembrados são os de Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). Surge também na bolsa de apostas Darcísio Perondi (PMDB-RS).

    O ministro Geddel Vieira Lima decidiu pedir demissão após o agravamento da crise política envolvendo seu nome, o do e o do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

    A carta com a decisão foi entregue a Temer na manhã desta sexta-feira (25). Antes, Geddel comunicou a aliados que deixaria o cargo, entre eles alguns ministros e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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