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    Lava Jato

    'Santo' que aparece em lista da propina da Odebrecht é Alckmin, diz revista

    DE SÃO PAULO

    26/11/2016 14h02 - Atualizado às 17h38

    Bruno Poletti - 17.out.2016/Folhapress
    Governador Geraldo Alckmin (PSDB) em evento, em outubro
    Governador Geraldo Alckmin (PSDB) em evento, em outubro

    O personagem tratado pelo codinome "santo" em planilhas da Odebrecht que listam pagamento de propina é o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), segundo a revista "Veja" que circula a partir deste sábado (26). A publicação diz ter confirmado essa informação com três fontes que participam do acordo de delação da Odebrecht, considerado o mais explosivo da Lava Jato.

    A Folha revelou em março que o apelido "santo" aparecia associado a uma obra do governo Alckmin de 2002, a duplicação da rodovia Mogi-Dutra. Papéis apreendidos com o executivo da empreiteira Benedito Barbosa da Silva Jr. traziam as seguintes anotações: "valor da obra = 68.730.000 (95% do preço DER)". Logo a seguir aparecia: "custos c/ santo = 3.436.500". A palavra "apóstolo", que havia sido escrita originalmente na página, foi rasurada e trocada por "santo".

    O codinome "santo" também é citado em e-mail de 2004, enviado por um executivo da Odebrecht que gerenciou a construção da linha 4 - Amarela do Metrô, chamado Marcio Pelegrino. Ele diz na mensagem que era preciso fazer um repasse de R$ 500 mil para a campanha "com vistas a nossos interesses locais". O executivo diz que o beneficiário do suposto suborno era o "santo".

    Nenhum dos delatores da Odebrecht contou ter discutido repasse de propina diretamente com o governador, ainda segundo a revista.

    A assessoria de Alckmin diz à Folha que a obra foi feita por outra empreiteira, a Queiroz Galvão, e que os delatores isentam o governador. Ainda segundo a nota, "apenas os tesoureiros das campanhas, todos oficiais, foram autorizados pelo governador Geraldo Alckmin a arrecadar fundos".

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