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    Justiça torna inelegível primeiro prefeito eleito pelo PSOL no país

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    02/12/2016 15h56

    Divulgação
    O prefeito Gelsimar Gonzaga, que não conseguiu se reeleger, no Carnaval de Itaocara
    O prefeito Gelsimar Gonzaga, que não conseguiu se reeleger, no Carnaval de Itaocara

    A Justiça Eleitoral de Itaocara, no norte fluminense, tornou inelegível o prefeito do município, Gelsimar Gonzaga, que foi o primeiro prefeito eleito pelo PSOL no país.

    A decisão do juiz Rodrigo Rocha de Jesus é fruto de investigação do Ministério Público Eleitoral sobre abuso de poder pelo uso de máquinas do município em propriedades privadas com o objetivo de angariar votos.

    Além dele, foi condenado Rildo Correa Arruda, que era secretário municipal de Agricultura. Os dois estão inelegíveis pelo prazo de oito anos.

    Também ré na ação, a chefe de gabinete da prefeitura, Andrea Cosendey Ferreira do Nascimento, foi absolvida. Ela foi candidata a vice de Gonzaga na última eleição.

    O prefeito venceu em 2012 e, desde então, vem enfrentando forte oposição na Câmara dos Vereadores do município.

    As contas da prefeitura foram rejeitadas em 2013 e 2014 e Gonzaga teve dificuldades para aprovar projetos simples, como suplementações orçamentárias para pagar salários.

    Em fevereiro deste ano, foi tirado do cargo sob alegação de tentar impedir o funcionamento da Câmara, mas voltou por decisão do mesmo juiz que o tornou inelegível.

    Gonzaga concorreu à reeleição nas últimas eleições, mas teve a candidatura rejeitada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Seus votos foram anulados. O vencedor do pleito foi Manoel Faria (PMDB).

    À Folha o prefeito negou uso eleitoral das máquinas e disse que vai recorrer da decisão.

    "(O uso das máquinas em propriedade privada) É uma coisa corriqueira na região e tem o objetivo de apoiar os pequenos produtores rurais", afirmou.

    O prefeito reclama de "perseguição política" por parte da oposição na cidade –o PSOL tem apenas 1 dos 11 vereadores do município.

    "O Tribunal de Contas do Estado aprovou todas as minhas contas, mas por perseguição política a Câmara rejeitou e não consegui deferir minha candidatura."

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