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    Surpreendente ascensão política de Dárcy foi ofuscada por crise

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    03/12/2016 02h00

    Alfredo Risk/Folhapress
    A prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera, é presa preventivamente no início da manhã desta sexta-feira (2) pela Polícia Federal, na segunda fase da Operação Sevandija, que apura fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam R$ 203 milhões.
    A prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera, é presa preventivamente na sexta (2)

    Ela surgiu de uma família de baixa renda, fez carreira em emissora de rádio, teve recordes de votação em Ribeirão Preto e foi o primeiro político a obter a reeleição à prefeitura na história da cidade.

    A ascensão política da prefeita Dárcy Vera (PSD), 49, no entanto, foi totalmente apagada nos últimos meses, a partir da deflagração da Operação Sevandija e da sua administração, que acumula dívidas, atrasos salariais e de repasses a hospitais.

    Natural de Indiaporã (SP), Dárcy chegou a Ribeirão Preto na década de 80. Conseguiu emprego como recepcionista na rádio Conquista FM e passou a almejar uma vaga de locutor. Conseguiu e se tornou uma das mais populares do município.

    Foi o desprendimento com os microfones que levou ao início de sua carreira política, quando os showmícios ainda eram permitidos.

    Jornalista de formação, não foi eleita em sua primeira disputa, em 1992, como vereadora, mas alcançou a primeira suplência do PPB. Assumiu em 1995, quando o ex-vereador Fernando Chiarelli foi cassado –e se tornou seu ferrenho adversário.

    Nas três eleições seguintes, (1996, 2000 e 2004), foi eleita com facilidade, com votação crescente e ancorada em ações assistencialistas, como a realização de casamentos comunitários, e à cor rosa, sempre presente em suas roupas. Usava Kombi rosa nas campanhas.

    Comandando uma ONG local, catapultou sua votação e, em 2006, foi eleita deputada estadual. Dois anos depois, ganhou a prefeitura.

    Se notabilizou, especialmente no primeiro governo (2009-12), por ser assídua nas redes sociais. É pós-graduada em gestão da comunicação em mídias digitais, que só deixou de comandar quando a Sevandija veio à tona, e vista como workaholic, ao ponto de acordar secretários nas madrugadas, muitas vezes para falar de questões sem urgência.

    Se, em 2008, venceu a prefeitura no primeiro turno, quatro anos depois teve dificuldade para bater Duarte Nogueira (PSDB) no segundo.

    Seguiu adorando a cor rosa e até cantando em atos públicos, mas passou a ver seu governo se esfacelar, com dificuldade até para preencher cargos do primeiro escalão.

    Nos últimos três meses, perdeu seus dois principais aliados, presos na Sevandija, e passou a evitar aparições públicas, até ser presa também nesta sexta.

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