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    Planalto vai procurar Jorge Viana para manter votação da PEC do teto

    VALDO CRUZ
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    05/12/2016 19h50

    Auxiliares do presidente Michel Temer foram pegos de surpresa nesta segunda-feira (5) com o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado e avaliam que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello pode prejudicar as votações no Congresso.

    Segundo a Folha apurou, assessores de Temer acreditam que os senadores estão "perplexos" com o afastamento de Renan, o que pode comprometer a votação do segundo turno da PEC que cria um teto para os gastos públicos, marcada para a terça-feira (13) da próxima semana.

    A medida é a principal bandeira da equipe econômica de Temer para reequilibrar as contas públicas e ajudar o país a sair da acentuada crise financeira.

    Diante desse cenário, a ordem no Planalto é manter o clima de normalidade e esperar a situação se acalmar.

    O Palácio do Planalto vai procurar o senador petista para tentar manter o calendário de votação da PEC do teto de gastos. A avaliação é que o petista é um senador conciliador e que é possível chegar a um entendimento para manter a data.

    Na equipe econômica, há o receio de que o mercado entre em pânico nesta terça-feira (6) se não houver a sinalização de que a PEC será votada ainda neste ano.

    O Planalto avalia também que Renan não deve voltar à presidência do Senado. Ele terá de recorrer ao plenário do Supremo, que já tem maioria contrária à manutenção de réus na linha sucessória da Presidência da República.

    Líder do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi escalado para falar à imprensa no Planalto e dizer que o calendário de votações no Senado está "mantido" mesmo com o afastamento de Renan.

    O ministro do STF decidiu afastar Renan em caráter liminar (provisório) acatando pedido da Rede Sustentabilidade, feito nesta segunda (5), para que o peemedebista fosse afastado do cargo depois que virou réu, na semana passada, pelo crime de peculado.

    REUNIÃO DA PREVIDÊNCIA

    Temer reuniu nesta segunda no Planalto líderes do Congresso e ministros para anunciar a reforma da Previdência. O presidente, porém, aguardou a chegada de Renan por pelo menos 45 minutos mas, como o aliado não apareceu, iniciou o encontro às 17h45 –inicialmente a reunião estava marcada para as 17h.

    "Ele está vindo de Alagoas e está chegando", justificou Temer no começo da reunião. Mas Renan acabou não participando do encontro.

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