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    Presidente do PT pressiona Viana para adiar votação da PEC do teto

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    06/12/2016 17h18 - Atualizado às 17h31

    Avener Prado/Folhapress
    SAO PAULO, SAO PAULO, BRASIL, 16-09-2016: Rui Falcão, presidente nacional do partido dos trabalhadores, durante coletiva de imprensa, na Sala Monteiro Lobato do Novohotel Jaraguá, centro de São Paulo. (Foto: Avener Prado/Folhapress, PODER) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA***
    O presidente nacional do PT, Rui Falcão

    O presidente do PT, Rui Falcão, vai se reunir nesta terça-feira (6) com a bancada do partido no Senado para tentar convencer o vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC), a não colocar em votação a PEC que cria um teto para os gastos públicos, principal bandeira do ajuste fiscal promovido pelo governo de Michel Temer.

    O segundo turno da votação está marcado para a próxima terça-feira (13). Caso aprovada, a medida seria promulgada na quinta (15), de acordo com o calendário chancelado pelo Planalto.

    A articulação do PT, porém, é para que esse cronograma não se cumpra caso o senador Jorge Viana assuma a presidência do Senado a partir desta quarta-feira (7), quando o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir sobre o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) do posto, referendando decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello.

    Viana, por sua vez, tem dado sinais de que está disposto a seguir o calendário estabelecido na gestão de Renan para evitar "mais turbulências", mas tem sido pressionado por colegas petistas para que não paute a medida e promova, assim, uma derrota para o governo Temer.

    Os petistas são contra a PEC do teto pois argumentam que o proposta vai limitar os gastos com saúde e educação, por exemplo, pelos próximos 20 anos, o que é rechaçado pelos aliados de Temer.

    Segundo a Folha apurou, o argumento dos parlamentares do PT é que o "ganho retórico" com o adiamento da votação da PEC do teto será "enorme", mas sem grande prejuízo para o país.

    Votar a emenda à Constituição somente no ano que vem, após o recesso, dizem, não traz tanta diferença em termos econômicos mas seria uma vitória simbólica para o partido. Viana, portanto, deveria "empurrar com a barriga" a apreciação da proposta.

    Outro argumento dos petistas é que, se pautar a votação de uma das bandeiras de Temer, Viana vai perder apoio da base petista e da militância de esquerda e "deve pensar no seu campo político".

    SOZINHO

    Caso Viana não paute a votação da PEC, requerimento com assinatura de 21 senadores pode pedir a apreciação da matéria em plenário, mas a votação do requerimento também é decidida pelo presidente.

    A base de Temer no Senado é de quase 80% e o próprio PT participou do acordo que desenhou o calendário de votações do fim de ano, inclusive com a PEC.

    Agora, dizem petistas, o cenário mudou com a crise e com o partido no comando do Senado.

    Viana ainda não decidiu o que fazer e disse a aliados que não quer ser "a razão" do adiamento, mas pode ser "a consequência".

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