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    Quatro dias após prisão de prefeita, vice renuncia em Ribeirão Preto

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    06/12/2016 18h14

    O vice-prefeito de Ribeirão Preto, Marinho Sampaio (PMDB), renunciou ao cargo nesta terça-feira (6), quatro dias após a prefeita Dárcy Vera (PSD) ter sido presa na segunda fase da operação Sevandija.

    A renúncia foi protocolada na Câmara de Ribeirão (a 313 km de São Paulo), na tarde desta terça.

    As dívidas da prefeitura e o que considera uma situação insustentável administrativamente estão entre os motivos alegados para renunciar ao mandato e criar um imbroglio jurídico na cidade.

    "A parte mais injusta é que, se decidisse assumir a prefeitura nesses dias, caberia a mim assinar os balancetes do encerramento do ano fiscal e do mandato, o que pode comprometer o meu nome e patrimônio por dívidas que não fui o responsável", disse Marinho.

    Ele ainda alegou que as dívidas de curto e longo prazo podem chegar a R$ 900 milhões.

    A atual presidente da Câmara, Glaucia Berenice (PSDB), não quer assumir o cargo, sob a alegação de que ela ocupa a função interinamente.

    A operação Sevandija, deflagrada em setembro, suspendeu os mandatos de nove vereadores, dos quais quatro ocupavam cargos na Mesa Diretora. Viviane Alexandre (PSC) ficou na função até Glaucia ser eleita.

    Com isso, se ela realmente não assumir, a função poderá ser ocupada até o último dia do mandato por um juiz da Comarca de Ribeirão.

    Dárcy Vera foi presa preventivamente pela operação, que apura fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam R$ 203 milhões.

    Ela foi presa em sua casa, no bairro Ribeirânia, na etapa intitulada "Mamãe Noel". Além dela, foram presos os ex-advogados do Sindicato dos Servidores Maria Zuely Alves Librandi e Sandro Rovani e o ex-secretário da Administração Marco Antonio dos Santos. Os três já tinham sido detidos na primeira fase da operação.

    As prisões foram resultados de processos distintos. O mandado de prisão da prefeita foi expedido pelo TJ (Tribunal de Justiça), enquanto o que levou os outros três à prisão é oriundo da Justiça local.

    Além da prisão, Dárcy teve os bens bloqueados e foi afastada do cargo, em cumprimento à decisão do desembargador Marcos Correa, da 6ª Câmara de Direito Criminal do TJ. A Procuradoria-Geral de Justiça ofereceu denúncia contra ela pelos crimes de corrupção passiva, peculato e associação criminosa.

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