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    Justiça condena mandante da morte de casal de extrativistas no Pará

    MARTHA ALVES
    DE SÃO PAULO

    07/12/2016 05h13

    A Justiça do Pará condenou nesta terça-feira (6) o agricultor José Rodrigues Moreira a 60 anos de prisão pela co-autoria na morte do casal de extrativistas e militantes ambientais José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. O julgamento ocorreu sem a presença do réu que está foragido.

    O casal de militantes ambientais foi morto em 24 de maio 2011 no assentamento Praialta Piranheira, na cidade de Nova Ipuxina (511 km de Belém). Eles foram mortos a tiros quando passavam de moto por uma ponte na estrada de terra que dá acesso ao assentamento. Segundo a polícia, dois homens aguardavam no meio da mata.

    France Presse
    José Cláudio e sua mulher foram mortos em 2011 na cidade de Nova Ipuxina
    Silva e sua mulher foram mortos em 2011 na cidade de Nova Ipuxina, no Pará

    O inquérito policial apontou Moreira como mandante das mortes. Em 2010, ele comprou duas áreas com total de 790 mil metros quadrados no assentamento, o que é ilegal.

    Segundo a polícia, o ambientalista dizia que as terras eram públicas e incentivava que famílias de agricultores se instalassem nas terras de Rodrigues.

    Antes de ser morto, o ambientalista afirmou à CPT (Comissão Pastoral da Terra) que Moreira incendiou as casas de dois agricultores, sob a alegação de que ele era dono das terras.

    No primeiro julgamento, realizado em Marabá em abril de 2013, o agricultor foi absolvido da acusação. Outros dois acusados do crime foram condenados no mesmo julgamento. Irmão de Moreira, Lindonjonson Rocha recebeu pena de 42 anos e oito meses de prisão, e Alberto Lopes do Nascimento, de 45 anos.

    Nesta terça, Moreira foi considerado co-autor do crime de duplo homicídio qualificado do casal, após oito horas de julgamento no 2º Tribunal do Júri de Belém. A pena aplicada ao réu é de 30 anos em relação a cada vítima, totalizando 60 anos de prisão.

    Agricultores de Nova Ipixuna lotaram o tribunal do júri para acompanhar o julgamento. Outro grupo formado por integrantes de movimentos sociais com faixas e cartazes lembrando outras vítimas de crimes por disputa de terra ocuparam uma praça em frente ao fórum.

    Os advogados de defesa de Moreira disseram que vão recorrer da sentença.

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