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    Em dia de decisão do STF, Senado tenta manter normalidade

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    07/12/2016 14h21

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao chegar no plenário da Casa para assinar notificação de seu afastamento do cargo
    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao chegar no plenário da Casa na terça-feira (6)

    Minutos antes de o STF (Supremo Tribunal Federal) se manifestar sobre a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que afastou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência do Senado, sessão marcada para 14h desta quarta-feira (7), ainda era possível encontrar senadores que não sabiam dizer quem estava no comando do Congresso Nacional.

    Para acalmar os ânimos, por volta de 13h, o primeiro-vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), fez um comunicado no plenário para convocar uma sessão de votações extraordinária para o início da noite. Disse que o cancelamento da tradicional sessão de debates, às 14h, se daria "em respeito ao Supremo".

    Apesar disso, durante toda a manhã, houve um esforço para manter uma aparente normalidade no funcionamento da Casa. As comissões permanentes funcionaram, mas os corredores, que às quartas-feiras costumam estar cheios, não tinham a mesma movimentação deste dia da semana.

    O clima de expectativa é geral e esteve presente na fala de Viana. "Minha posição é de substituí-lo em qualquer circunstância e tenho feito isso com lealdade", disse, ainda evitando falar como presidente, apesar do comunicado no plenário.

    A convocação da sessão foi um sinal claro ao STF para amenizar o clima deixado pela nota da Mesa Diretora enviada aos ministros na terça (6), na qual o Senado se negou a cumprir a decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello do afastamento de Renan do cargo.

    Logo que o julgamento do seu caso começou, Renan Calheiros chegou ao Senado, por volta de 14h30. Estava assistindo à sessão do STF em seu gabinete, quando chegou o senador Paulo Paim (PT-RS).

    Tamanha a sensação de normalidade que se tenta imprimir que Renan continua a ser tratado como presidente. Paim chegou acompanhado de representantes de centrais sindicais para discutir um projeto de terceirização que tramita na Casa.

    Viana voltou a negar que o Senado tenha se colocado contrário à determinação do Supremo. "Estamos diante de uma decisão de um ministro de um Supremo, que faz afastamento do presidente Renan, mas a própria decisão o mantém como senador. Fui eleito vice-presidente da Casa, e não temos que entrar em polêmica nenhuma neste momento. Deixei muito claro que o fato de o Senado recorrer ao próprio STF é uma maneira implícita de a gente estar reconhecendo a manifestação do Supremo".

    A sessão convocada por Viana, deliberativa, conta prazo de discussão entre o primeiro e o segundo turno da PEC do teto de gastos. A última votação estava prevista para ocorrer em 13 de dezembro. Com o afastamento de Renan da Presidência, ainda não se sabe se esse calendário, previamente acordado com lideranças, se cumprirá. O próprio Jorge Viana se nega a tocar no assunto. "Não estou discutindo ainda a pauta".

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