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    Pressionado pelo 'centrão', Temer reavalia tucano para ministério

    GUSTAVO URIBE
    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    08/12/2016 20h29

    Sérgio Lima - 27.mar.2014/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 27-03-2014: O deputado Antônio Imbassahy em seu gabinete na liderança do PSDB, na Câmara dos Deputados. Embassay recebeu documentos sobre a refinaria de Pasadena. (Foto: Sérgio Lima/Folhapress, PODER).
    O deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB-BA)

    Com a ameaça dos partidos do chamado centrão em retaliar a reforma previdenciária, o presidente Michel Temer reavalia a indicação de Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo.

    A reação negativa de PSD, PP, PR e PTB levou o presidente a deixar para a próxima semana o anúncio do ministro que ocupará a vaga de Geddel Vieira Lima, que deixou o posto no mês passado.

    Em meio à piora das crises política e econômica, Temer quer fazer um aceno ao PSDB, o principal fiador de sua administração, e atender à exigência dos tucanos de ter maior espaço na elaboração de políticas públicas, garantindo apoio ao seu governo.

    O nome de Imbassahy tem a simpatia do presidente e foi fechado no início da semana com a cúpula do PSDB, incluindo Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. A ideia inicial era que a pasta ganhasse maior peso político, com atribuições em áreas como assuntos federativos e movimentos sociais.

    Com receio da reação na base aliada, o presidente pediu cautela e ordenou que o Palácio do Planalto não confirmasse oficialmente a informação, que ganhou publicidade nesta quinta-feira (8). A estratégia é aguardar o final de semana e ganhar tempo para convencer os demais partidos a aceitar o tucano.

    As primeiras reclamações à indicação, no entanto, foram maiores do que o esperado pelo peemedebista. O centrão, que também reivindica o posto, ameaça travar a reforma da Previdência, uma das principais bandeiras da equipe econômica de Henrique Meirelles, caso Imbassahy seja nomeado como o novo articulador político.

    O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), classificou a escolha como "amadorismo". "Toda ação provoca uma reação. Isso não é bom e o governo sabe disso", afirmou.

    Os parlamentares do centrão reclamaram ainda que não haviam sido avisados por Temer. "Pelo compromisso que o presidente tem com o diálogo, ele informaria sua base", disse Rogério Rosso (PSD-DF).

    Para tentar contornar a crise, Temer se reuniu nesta quinta-feira (8) no Planalto com líderes do centrão. Eles, porém, ainda resistem.

    O presidente, então, marcou uma conversa com Aécio na semana que vem para discutir o aumento do espaço dos tucanos em seu governo.

    Com o imbróglio, o PSDB voltou a pleitear o comando do Ministério do Planejamento, o que não tem o respaldo de Meirelles. O ministro não quer interferências políticas na condução da economia.

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