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    Lava Jato

    Presidente do TCE do Rio é levado coercitivamente pela PF para depor

    DO RIO
    DE SÃO PAULO

    13/12/2016 09h31 - Atualizado às 12h42

    Divulgação - 22.nov.2012/TCE
    O presidente do TCE-RJ, Jonas Lopes (dir.) com o ex-governador Sérgio Cabral (esq.), hoje preso
    O presidente do TCE-RJ, Jonas Lopes (dir.) com o ex-governador Sérgio Cabral (esq.), hoje preso

    O presidente do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro), Jonas Lopes, foi levado coercitivamente pela Polícia Federal para depor nesta terça-feira (13).

    A ação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal. Os investigadores deflagraram nesta terça a Operação Descontrole, que visa apurar crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

    Lopes foi citado em delação do sócio da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco Junior. Ele afirmou que o presidente do TCE-RJ cobrou uma propina de R$ 1 milhão, dividido em cinco parcelas.

    Executivos da Andrade Gutierrez também mencionaram um pedido do ex-secretário de Governo Wilson Carlos, preso na operação Calicute, de propina adicional de 1% sobre alguns contratos para evitar problemas em auditorias.

    As informações sobre as delações foram reveladas pelo jornal "O Globo" no dia 18 de novembro e confirmadas pela Folha.

    Além de Lopes, outras duas pessoas foram levadas para depor coercitivamente e 40 policiais cumprem dez mandados de busca e apreensão. Todos os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

    Os outros dois investigados são o filho do conselheiro, o advogado onas Lopes Junior, e Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, conhecido como Doda e sob supeita de ser o operador do presidente da corte.

    A Operação Descontrole é um desmembramento dos trabalhos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que conta com uma força-tarefa própria desde junho.

    A ausência de apurações aprofundadas nos órgãos de controle do Rio foi alvo de repreensão do juiz federal Marcelo Bretas, ao decretar a prisão de Cabral.

    "Tais situações, apesar de aparentemente terem passado desapercebidas pelos órgãos de controle estaduais, a partir de agora serão objeto da merecida atenção pela Justiça Federal, a partir da atuação isenta e diligente do MPF e com o apoio efetivo da PF", escreveu o magistrado, na decisão que determinou a prisão de Cabral, no mês passado.

    Operação Descontrole - Cerca de 40 policiais federais cumprem mandados no Estado do Rio de Janeiro

    OUTRO LADO

    O escritório de advocacia Lopes de Carvalho & Pessanha, do filho do conselheiro, afirmou "nada teme quanto a apuração, não atua no Tribunal de Contas do Estado e protesta contra a violação profissional, afirmando que tomará as medidas legais necessárias".

    "O advogado Jonas Neto desconhece o motivo das notícias veiculadas sobre suposta delação que envolve seu nome. A busca se restringiu a um computador pessoal e poucos documentos, mantido o sigilo de todos os clientes não relacionados com a operação", diz a nota do escritório.

    O TCE e Doda ainda não se manifestaram até a publicação desta nota.

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