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    Relator diz que cuspe de Wyllys foi ato torpe e propõe suspensão por 120 dias

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    13/12/2016 19h34

    Alan Marques - 17.abr.2016/Folhapress
    Jean Wyllys (PSOL-RJ) discute com o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) durante sessão da Câmara que vota pelo impeachment da presidente Dilma
    Jean Wyllys (PSOL ) durante a sessão do impeachment, em abril

    O deputado Ricardo Izar (PP-SP) apresentou nesta terça-feira (13) ao Conselho de Ética da Câmara parecer em que recomenda a suspensão por quatro meses do mandato de Jean Wyllys (PSOL-RJ) pela "torpeza" de ele ter cuspido na direção do colega Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

    Wyllys se desentendeu com Bolsonaro no dia da votação da recomendação da abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, em abril

    O deputado do PSOL, que é homossexual assumido, disse que vinha sendo ofendido de forma reiterada por comentários homofóbicos de Bolsonaro. Segundo o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), durante a votação de abril Wyllys foi chamado de "queima-rosca", "franguinha" e "viadinho".

    Bolsonaro nega e diz que assim como outros deputados apenas repetiu nessa votação a expressão "tchau, querida", se referindo a Dilma. Durante a confusão, seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), cuspiu de volta na direção de Wyllys.

    "A conduta de cuspir em outro representante do povo, durante um dos momentos históricos ocorridos nesse país, ainda que em reação à alegada provocação, demonstra completo desprezo, não só ao deputado visado, mas, principalmente, ao prestígio desse parlamento. O cuspe direcionado a outrem tem nítido propósito de humilhar e desrespeitar, demonstrando, assim, a torpeza de quem o faz", escreveu Izar em seu relatório.

    A sessão do Conselho de Ética foi encerrada sem a votação do relatório. Nova sessão será realizada nesta quarta-feira (14) para discutir o assunto.

    O Conselho de Ética é formado por uma maioria simpática a Bolsonaro.

    No mês passado, por exemplo, o colegiado decidiu por 11 votos a 1 arquivar a representação que pedia a cassação do mandato do deputado do PSC por ele ter defendido em plenário a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais símbolos da repressão durante a ditadura militar.

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