• Poder

    Tuesday, 07-May-2024 18:42:44 -03

    Arcebispo será 18º enterrado em cripta com lugar para 30 pessoas

    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    16/12/2016 02h00

    Toda a Arquidiocese de São Paulo já sabia que o corpo de dom Paulo Evaristo Arns seria enterrado na cripta da catedral da Sé.

    Pelas normas atuais, só ganham uma jazida no cemitério do alto clero paulistano os arcebispos e cardeais que trabalham na Arquidiocese ou que se aposentaram por ela, sem se transferir.

    Era o caso do arcebispo emérito, nomeado cardeal por Paulo 6º em 1973. Será o 18º homenageado, de um total de 30 câmaras mortuárias.

    "Acho que vai levar mais uns 300 anos para lotar", disse o monitor da catedral, Esteban Nahuel.

    Ele explica que 24 anos se passaram desde que um homem morreu e foi direto à cripta. No caso, foi dom José Thurler, que chegou a trabalhar com dom Paulo Evaristo Arns. Depois disso, apenas o padre Lourenço Bartolomeu de Gusmão –morto desde 1724– teve seus restos mortais transferidos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    NOTÓRIOS

    Bartolomeu de Gusmão é um dos mais famosos da cripta. Reconhecido como inventor do aeróstato, primeiro balão operacional do mundo, é lembrado pela Força Aérea Brasileira como um precursor da aviação.

    Outros notáveis incluem o cacique Tibiriçá, um dos fundadores de São Paulo junto com o padre Anchieta, e o regente Diogo Antônio Feijó, que governou o país entre 1835 e 1837, durante a infância do imperador Pedro 2º.

    Também descansam na cripta dois arcebispos, dois padres além de Gusmão e nove bispos além de Thurler. Um décimo, dom José de Camargo Barros, morto em um naufrágio em 1906, é homenageado com lápide.

    Existe a possibilidade de uma pessoa que não pertence ao alto clero ser enterrada na cripta, mas a cúria diocesana se reserva o direito de escolher quem receberá a homenagem.

    A distribuição nas jazidas segue majoritariamente a ordem de chegada dos restos mortais, grande parte deles levada à catedral décadas ou séculos após a morte.

    Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo e idealizador da Catedral de Sé, ocupa apenas a 13ª câmara mortuária. Ele morreu em 1938, 19 anos depois da inauguração da cripta.

    Seu irmão,o artista Fernando Leopoldo e Silva, fez as duas esculturas de mármore de Carrara que decoram o local.

    ESPAÇO

    Primeira parte da construção da catedral a ser concluída, a cripta fica localizada debaixo do altar principal.

    Trata-se de um salão em forma de cruz com várias colunas e arcos góticos, acessível por duas escadas que levam ao subsolo.

    Os rostos das pessoas que estão ali enterradas estão representados por placas de bronze. O chão xadrez é de mármore branco e preto vindo da Itália.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024