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    Câmara abriga 'guerra' de pareceres sobre reeleição de Maia

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    20/12/2016 12h37 - Atualizado às 17h41

    Alan Marques - 20.jul.2016/Folhapress
    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

    Aliados e opositores a Rodrigo Maia (DEM-RJ) patrocinaram nesta terça-feira (20) uma "guerra" de pareceres sobre a possibilidade de o presidente da Câmara tentar a reeleição em fevereiro.

    Integrante de um partido aliado a Maia, o deputado Rubens Pereira Júnior (PC do B-MA) apresentou na Comissão de Constituição e Justiça parecer favorável à pretensão do presidente da Casa.

    Já integrantes do "centrão" contra-atacaram com votos paralelos contrários à essa possibilidade.

    O grupo, que reúne partidos com cerca de 200 deputados, quer assumir o comando da Câmara a partir de fevereiro.

    O cerne do parecer de Rubens Jr. é o argumento de que não há precedente sobre o caso de Maia –um presidente "tampão" que tenta a reeleição–, logo, caberá ao plenário da Câmara decidir. "Não há vedação expressa para quem exerceu o mandato", disse o deputado.

    A posição dos deputados contrários é a de que a Constituição veda essa possibilidade.

    A principal regra sobre a situação de Maia está na Constituição, que no artigo 57 estabelece que o presidente da Câmara será eleito para mandato de dois anos, "vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente".

    Maia e aliados querem fazer valer a tese de que a vedação é apenas para eleitos ao mandato de dois anos. O deputado do DEM foi eleito em julho após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    Um dos integrantes do "centrão" que pretendem disputar a presidência, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), afirma que manterá sua candidatura até que o Supremo Tribunal Federal se manifeste sobre o caso. O Solidariedade, que é do centrão, pediu à corte para se pronunciar sobre o tema.

    A CCJ cancelou sessão desta terça, a última do ano, e não votará nenhum dos pareceres antes da eleição da Câmara, que ocorre no início de fevereiro, no momento em que os deputados voltam das férias parlamentares. Ou seja, a movimentação será mais política do que prática.

    Em novembro, a Folha mostrou que parecer da chefia jurídica da Câmara veda a possibilidade de reeleição, mesmo para mandatos-tampões. Essa consulta foi feita por aliados de Cunha semanas antes da eleição vencida por Maia.

    A Folha também ouviu posteriormente professores de direito do estado da USP (Universidade de São Paulo), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Dos 9 que responderam, 7 afirmaram não ver respaldo jurídico para a intenção de Maia e 2 avaliaram ser possível a tentativa de reeleição.

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