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    Vaquinha do PT arrecada R$ 300 mil para fiança de ex-vereador em Osasco

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    04/01/2017 10h46 - Atualizado às 18h55

    Aloisio Mauricio - 6.dez.2016/Fotoarena/Folhapress
    Vereadores de Osasco (SP) são levados pela polícia na operação Caça-Fantasmas, em dezembro
    Vereadores de Osasco (SP) são levados pela polícia na operação Caça-Fantasmas, em dezembro

    Petistas de Osasco (Grande SP) reuniram, em pouco mais de 24 horas, os R$ 300 mil necessários para pagar nesta quarta (4) a fiança do ex-vereador João Gois Neto.

    Ao lado de outros 13 vereadores de Osasco —incluindo o agora prefeito da cidade, Rogério Lins (PTN)— Gois teve a prisão preventiva decretada no dia 5 de dezembro, sob suspeita de participação de esquema envolvendo funcionários fantasmas na Câmara Municipal. Segundo o Ministério Público, o esquema desviou R$ 21 milhões dos cofres públicos.

    A prisão foi revogada no dia 29 de dezembro. No entanto, foi fixado prazo até esta quarta para pagamento da fiança. Do contrário, Gois e outros envolvidos serão novamente detidos.

    Para Lins, que tomou posse como prefeito no domingo (1º), o prazo terminou na segunda (2).

    "É de conhecimento de todos que o nosso valoroso companheiro e ex-presidente do DM [Diretório Municipal] de Osasco está precisando arrecadar R$ 300 mil até amanhã, sob pena de ter revogada a sua fiança em uma prisão injusta que não lhe deu ainda sequer o direito de apresentar defesa", dizia o apelo enviado aos petistas via telefone.

    "Quem puder fazer um empréstimo de 300,00; 500,00; 1.000,00; o que for possível (ele pretende devolver o $), pode fazer depósito identificado", afirmava a nota, informando conta bancária e CPF do ex-vereador.

    Também distribuído por e-mail, o pedido recomenda depósito identificado, informa o endereço eletrônico da mulher do ex-vereador para envio de comprovante e encerra com uma súplica ao companheirismo petista.

    "Vamos fazer uma grande corrente de solidariedade e provar que não é à toa que nós nos chamamos de companheiros! O valor pode parecer muito alto, mas se todos nos unirmos, não é impossível atingir a meta!"

    Um dos organizadores da campanha de arrecadação, o coordenador da macrorregião de Osasco do PT, Irineu Casemiro, afirma que, apesar da promessa de ressarcimento expressa na mensagem, a intenção era coletar o dinheiro como doação.

    "Se não fica difícil. Vamos ter que fazer outra arrecadação para cobrir essa. Teremos que fazer dívida para pagar dívida."

    Segundo Casemiro, não foi possível obter contribuição diretamente do PT, porque a cota do fundo partidário está bloqueada.

    Nas eleições de 2016, Gois declarou patrimônio de R$ 1.080.193,29 à Justiça Eleitoral, mas seus bens não puderam ser apresentados como caução.

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