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    Maia racha partidos do centrão e atua para vencer na Câmara no 1º turno

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO
    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    06/01/2017 02h00

    Pedro Ladeira - 20.dez.16/Folhapress
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer se reeleger
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer se reeleger

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), conquistou o apoio de alas significativas do chamado "centrão", e agora trabalha para tentar selar sua reeleição ao comando da Casa já no primeiro turno da disputa, que ocorre dia 2 de fevereiro.

    Esta semana, ele recebeu sinais de que terá a maioria dos votos em siglas como o PSD, o PR, o PRB e o PSB.

    Aliança informal de partidos médios, o "centrão" reúne cerca de 250 deputados, mas que nem sempre atuam de forma unida.

    Maia, que ainda não oficializou a candidatura numa tentativa de minimizar os ataques rivais, já conta com a preferência de partidos como o PSDB e o PMDB.

    Nesse cenário, o aceno de siglas do centrão fragiliza o pleito de dois de seus principais adversários, os deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO). Ambos integram o grupo e contavam com votos das legendas que sinalizam a Maia para crescer na disputa.

    Rosso, por exemplo, não tem apoio majoritário dentro de seu próprio partido, segundo integrantes do PSD.

    No início, o centrão tentou gestar candidatura única, mas não chegou a consenso.

    A Constituição e o regimento da Câmara vedam a reeleição do presidente na mesma legislatura, mas Maia trabalha com a tese de que a regra não se aplica a quem se elegeu para mandato tampão —caso dele, que assumiu após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    Sua tese tem ganhado força por três motivos. Primeiro, o deputado vem atuando de maneira ostensiva nos bastidores, negociando espaços na Mesa Diretora e em comissões da Casa junto a aliados.

    Há ainda a sensação de que o Palácio do Planalto tem preferência por sua candidatura —integrantes do PR dizem ter recebido sinal verde de aliados de Temer para embarcarem na canoa de Maia.

    Por fim, há a aposta de que o STF (Supremo Tribunal Federal) optará por não intervir em uma decisão tomada pela Câmara.

    O Supremo só volta do recesso após a disputa pela presidência da Casa e, dado o acirramento entre o Judiciário e o Congresso que marcou o fim do ano passado, a avaliação do mundo político é de que os ministros tenderão a não criar novos conflitos, evitando interferir no resultado do pleito.

    OPOSIÇÃO

    Para liquidar a fatura no primeiro turno, Maia agora trabalha para reeditar a parceria com setores da oposição que lhe deram a vitória para o mandato tampão no ano passado. Na ocasião, ele se elegeu com o apoio de parte do PT e do PCdoB.

    Nos desenhos feitos por seus aliados, o PMDB ficaria com a primeira vice-presidência. O PP, com a segunda vice. A primeira-secretaria seria dada ao PR, enquanto a segunda ficaria com PT. Se o PT não embarcar na candidatura —o que decide no próximo dia 17—, a vaga pode ser oferecida ao PSB. PSDB e PSD receberiam as terceira e quarta secretarias.

    Nesta sexta (6), Maia pedirá voto a cerca de 20 deputados no Recife.

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