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    Ex-vice da Caixa inspirou-se em 'Wall Street' para apelido em esquema

    DE SÃO PAULO

    13/01/2017 19h11

    Luis Ushirobira - 5.jun.2016/Valor/Folhapress
    Data: 05/06/2013 Editoria: Empresas Reporter: Olivia Alonso Local: auditorio da Caixa, Sao Paulo, SP Pauta: Brado Logistica se associa ao FI-FGTS para receber aporte de R$400 milhoes. Setor: transporte, logistica Personagem: Fabio Ferreira Cleto, vice-presidente de Fundos de Governos e Loterias da Caixa Tags: homem, executivo, entrevista Fotos: Luis Ushirobira/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
    Fabio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa

    Para trocar mensagens sobre o esquema de cobrança de propina na Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, ex-vice-presidente do órgão, usava o codinome "Gordon Gekko", em referência ao personagem do filme "Wall Street" (1987).

    Na obra de Oliver Stone, Gekko é um ambicioso investidor da bolsa de valores vivido por Michael Douglas, que ganhou o Oscar de melhor ator pelo papel.

    "A ganância é boa" é a célebre frase de Gekko, que voltou às telas em 2010, com "Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme".

    Cleto, que fechou acordo de delação premiada sobre o esquema na Caixa, foi indicado pelo ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o cargo que ocupou de 2011 a 2015.

    As investigações apontam que Cleto, junto com Cunha e o ex-ministro Geddel Viera Lima (Secretaria de Governo), recebia propina de empresas em troca de garantir financiamento da Caixa.

    Geddel foi alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta (13). O ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013.

    Veja o relatório da PF com os diálogos envolvendo Cunha e Geddel

    Lúcio Bolonha Funaro, operador do mercado financeiro e intermediário da propina, segundo as investigações, usava o apelido "Lucky" —e as variações Lucky 1, Lucky 2, Lucky 9, Lucky 99F. Também adotou o codinome "Spin" em algumas ocasiões.

    Para se referir a Cunha, Funaro usava o nome "Carlos" nas mensagens, de acordo com relatório da Polícia Federal. Já Cleto se referia ao ex-deputado como "Lopes".

    Cunha, por sua vez, tratava Funaro como "maluco" nas conversas.

    Cunha e Funaro são réus em ação que investiga supostos pagamentos de propina para intermediação de liberação de recursos, para projetos privados, do fundo de investimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), gerido pela Caixa.

    Um dos principais aliados do presidente Michel Temer (PMDB), Geddel Vieira Lima deixou o governo em novembro após o agravamento da crise envolvendo seu nome, o presidente Michel Temer e o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

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