A assessoria de imprensa do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) afirmou que, desde 2009, quando houve uma reforma no Palácio do Planalto durante o governo Lula, as câmeras internas de segurança do prédio foram retiradas e não recolocadas desde então.

O ministro do GSI, Sérgio Etchegoyen, afirmou em entrevista à revista "Veja" que durante anos "convenientemente" nada foi registrado. Ele, que assumiu o cargo no governo de Michel Temer, declarou que acredita que a retirada foi proposital.

Questionado sobre o fato de o Ministério Público Federal ter pedido imagens do local para saber se a presidente Dilma Rousseff havia manobrado para obstruir a Operação Lava Jato, Etchegoyen respondeu: "Mas não tem câmera, então não tem imagem".

Uma licitação está sendo feita para a instalação de novas câmeras de segurança, o que deverá ser feito até o final deste ano.

"Está em execução o planejamento de um Sistema Integrado de Supervisão (SIS) que prevê Câmeras não apenas no Palácio do Planalto, mas também na Granja do Torto e nos Palácios Alvorada e Jaburu", afirmou em nota a assessoria de imprensa do gabinete.

Procurado, o Instituto Lula respondeu, através da sua assessoria de imprensa, que a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre foi pública e acompanhada pela imprensa. Ressaltou ainda que esse tipo de decisão sempre foi atribuição do GSI.

Em nota, a assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que, durante a reforma do Planalto entre 2008 e 2009, "o GSI apresentou projeto para trocar todo o sistema de vigilância do Palácio do Planalto e residências oficias do Presidente e Vice-presidente da República".

"Por decisão do próprio GSI, o projeto foi sofrendo alterações para adequar os equipamentos à melhor tecnologia da época. Vale destacar que a cada ano havia dotação orçamentária provisionada para execução do mesmo", disse.

Segundo a assessoria, uma licitação foi aberta pelo órgão em 2012 para tratar do assunto e, em 2014, o resultado final chegou a ser divulgado no Diário Oficial da União. A concorrência, porém, foi anulada, informou a assessoria, porque o coordenador de despesa do GSI considerou "que alguns itens de fornecimento estavam acima do preço de mercado".

"Após anulação, ainda durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, o GSI abriu nova licitação de mesmo objeto que segue até o presente momento", afirmou a assessoria da petista.