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    PDT decide expulsar senador que votou a favor de PEC do Teto

    DANIEL CARVALHO
    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    17/01/2017 14h26 - Atualizado às 17h24

    Eduardo Anizelli - 11.mai.2016/Folhapress
    Telmário Mota (PDT-RR) discursa no plenário do Senado
    Telmário Mota (PDT-RR) discursa no plenário do Senado

    A executiva nacional do PDT decidiu expulsar do partido o senador Telmário Mota (RR), que votou a favor da Proposta de Emenda à Constituição que limita os gastos públicos por 20 anos, a chamada PEC do Teto.

    A decisão foi tomada "ad referendum", ou seja, ainda precisa ser referendada, o que acontecerá na convenção do diretório nacional do partido, em março. Mota pode recorrer.

    Para o senador, a decisão sobre sua exclusão foi "monocrática".

    "Me causa espécie um partido se reunir para expulsar senadores cujas mãos são tão limpas e esse mesmo partido não se reunir para expulsar o [Carlos] Lupi, que foi apeado de um ministério por prática não republicana, nem submetê-lo à Comissão de Ética", desabafou o senador.

    Ele se referiu ao episódio, em 2011, quando Lupi, atual presidente do PDT, pediu demissão do Ministério do Trabalho após revelações de corrupção na pasta. Reportagens revelaram convênios irregulares com ONGs.

    Na época, Lupi fez um declaração, em audiência no Congresso, que gerou polêmica: "Dilma eu te amo", disse. Desde então, tem se mantido leal à petista.

    Telmário afirmou que recorrerá da decisão desta terça na reunião do diretório partidário. "Quero olhar na cara dos membros da Comissão de Ética para ver se vão expulsar um cara com mãos limpas, ver com qual cara vão me expulsar. Não fui na executiva porque é clube do bolinha. O Lupi decide e eles aceitam."

    Afirmando nunca ter sofrido qualquer tipo de perseguição no partido, Telmário avalia que Lupi está usando o episódio para "aparecer" e alavancar a candidatura de Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT.

    "Não houve nenhuma deliberação partidária sobre como deveríamos votar no caso da PEC. Votei pelo bem do meu Estado. Naquele caso, Inês já eram morta", completou o senador, justificando seu voto a favor da PEC do teto de gastos.

    Além de Telmário Mota, outros dois senadores do partido votaram a favor da PEC: Laiser Martins (RS) e Pastor Valadares (RO).

    Lasier deixou o partido no final do ano passado. Já Valadares votou como suplente do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e, no momento, não está em exercício. O caso dele também será discutido na reunião do diretório nacional.

    Para Carlos Lupi, os senadores "desrespeitaram o estatuto e o programa do partido, rasgando este estatuto".

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