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    Morte na Lava Jato

    Da prisão, Odebrecht, Palocci e Corrêa seguem morte pela TV

    BELA MEGALE
    DE BRASÍLIA

    21/01/2017 02h00

    Paulo Lisboa/Folhapress
    CURITIBA, PR, 20.06.2015, 12h10: OPERAÇÃO LAVA-JATO - O empresário Marcelo Odebrecht (à dir.) deixa o IML (Instituto Médico Legal) de Curitiba, no Paraná, após realização de exame de corpo delito durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, na manhã deste sábado. (Foto: Paulo Lisboa/Folhapres)
    Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato

    Foi por meio da televisão que presos da Lava Jato como Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-deputado Pedro Corrêa souberam da morte do ministro Teori Zavascki.

    O aparelho foi herança do doleiro Alberto Youssef, hoje em prisão domiciliar, que teve permissão judicial para tê-lo na cela da sede da Polícia Federal, em Curitiba, nos quase três anos de prisão.

    O mais preocupado com a morte de Teori é Marcelo Odebrecht, segundo relato de pessoas que tiveram contato com os detentos.

    Quando viu a notícia, o ex-executivo e herdeiro do grupo, que não é de falar muito, manifestou imediatamente temor de que seu acordo de delação, assinado em dezembro e com homologação prevista para fevereiro, demore para ser validado.

    Corrêa também fazia parte dos mais apreensivos. Ele teve o seu acordo devolvido pelo Supremo com o pedido de novas diligências para poder ser homologado. Com a morte de Teori, o político ficou ainda mais tenso.

    Léo Pinheiro, sócio da empreiteira OAS e que teve o acordo suspenso pelos procuradores, mostrou certa tranquilidade, segundo a Folha apurou, pois ainda está em estágio de negociação com o Ministério Público Federal. Mesmo assim, disse aos companheiros que a falta de um relator pode prejudicar a todos.

    FUTURO DA LAVA JATO

    Com o clima de insegurança tomando conta da carceragem, os presos buscaram respostas sobre o futuro.

    Quase todos os envolvidos na Lava Jato detidos na PF receberam visitas nesta sexta (20) de advogados para especular sobre o tema.

    A sala em que os presos se encontram com seus defensores passou o dia cheia e movimentada. Odebrecht, Palocci, Corrêa e Pinheiro foram alguns dos que frequentaram o espaço.

    Possíveis atrasos nas homologações de acordos e no julgamento de habeas corpus que correm no STF eram as principais preocupações dos detentos, segundo relatos feitos à reportagem.

    Também é consenso entre os presos que o pior cenário é a demora de uma nomeação de um relator.

    Pessoas que falaram com os detentos afirmaram à reportagem que eles não acreditam que a morte de Teori tenha sido algo além de um acidente.

    Ao ver as imagens do local do acidente, Odebrecht opinou que o tempo estava ruim para voar, e Corrêa se mostrou impressionado, afirmando que o modelo King Air C90 era uma boa aeronave.

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