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    Curso de marxismo do PSTU tem simulação de produção capitalista

    KELLY MANTOVANI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    24/01/2017 02h01

    Divulgação/PSTU
    Militantes do PSTU em curso sobre marxismo em São Paulo
    Militantes do PSTU em curso sobre marxismo em São Paulo

    Em um pequeno salão na Brasilândia, zona norte de São Paulo, um grupo com cerca de dez pessoas das mais variadas faixas etárias se reúne para um curso sobre marxismo promovido pelo PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado).

    A maioria é de trabalhadores que moram na região ou estudantes secundaristas que ajudam na militância do partido. O curso, gratuito, é aberto à comunidade.

    O projeto, intitulado "Jornadas de Outubro" teve início no ano passado, uma forma de homenagem à Revolução Russa, que completa cem anos em 2017.

    "A ideia é trazer um pouco de formação marxista de forma acessível aos trabalhadores, estudantes de escola pública, moradores das periferias. Muitas vezes é nas periferias que sentimos mais diretamente o peso da crise social, econômica e política do país", diz Flávia Bischain, 30, professora de sociologia que também dá aulas no projeto.

    As aulas são divididas em quatro assuntos: socialismo, sociedade de classes, Estado, e os ideais do partido.

    Em uma dinâmica de grupo cujo objetivo é discutir o capitalismo, os participantes simulam o trabalho em uma fábrica de sapatos: durante dez minutos, recortam retângulos em folhas de papel sulfite. Ao término, discutem a "produção".

    "As pessoas estão muito preocupadas em como pagar as contas, a passagem do ônibus, com o desemprego e como vão se aposentar. Mais do que sentir esses problemas, é importante pensar mais a fundo sobre eles. Um modelo de sociedade socialista pode ser uma alternativa ao caos em que estamos vivendo?", questiona Bischain.

    A base do material utilizado no curso é o jornal institucional "Opinião Socialista" que traz artigos sobre o capitalismo, as atividades do partido e colunas discutindo as propostas do governo, como a reforma da Previdência e a PEC do Teto, que reduz gastos públicos pelos próximos anos.

    Após quatro semanas, os alunos gravam um vídeo falando da importância do que aprenderam. "Além de inspirador, nos tira a venda dos olhos. Dá coragem para lutar", disse a professora Nádia Oliveira, 26.

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