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    PSD oficializa apoio à candidatura de Maia à reeleição na Câmara

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    24/01/2017 17h15

    Pedro Ladeira - 20.dez.16/Folhapress
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer se reeleger
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer se reeleger

    O PSD abandonou de vez a candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF) à presidência da Câmara e oficializou nesta terça-feira (24) apoio à recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao comando da Casa.

    O que já era certo nos bastidores foi confirmado em nota divulgada no final desta tarde. O PSD é a sexta maior bancada da Câmara, com 37 deputados.

    "Após vários meses de articulações legítimas e transparentes, a maioria da bancada de deputados federais do Partido Social Democrático (PSD) decidiu apoiar a candidatura à reeleição do atual presidente da Câmara, o democrata fluminense Rodrigo Maia", diz a nota assinada pelo líder eleito do partido, Marcos Montes (MG).

    No texto, o líder eleito lembra mensagem enviada por Rosso na semana passada em que o candidato deixa a bancada livre para analisar outras candidaturas. Montes diz avaliar o recado como "mais uma demonstração de desprendimento por parte do colega".

    "Pesou na decisão uma ampla e profunda variedade de motivos, entre eles, o reconhecimento de que a atuação de Rodrigo Maia no comando da Câmara tem sido de extrema importância para o projeto do governo federal de tirar o país da sua pior crise econômica - que tanto sofrimento tem provocado ao povo brasileiro. O PSD, apoiador deste projeto, se sente à vontade, portanto, para respaldar um novo mandato do atual presidente da Câmara", afirma o líder eleito na nota.

    No comunicado, Marcos Montes elenca ainda 16 pontos que, segundo ele, são da agenda do PSD, abraçada por Maia. Dentre os pontos estão reforma política, "direito à vida", direito dos trabalhadores, direitos civis e reforma agrária.

    Montes, que assume a liderança da legenda na Câmara em substituição a Rosso, passou o dia tentando contato com o candidato do PSD. Rosso, no entanto, ficou incomunicável durante toda a terça-feira. Com o celular desligado, nem os funcionários da liderança do partido conseguiram contatá-lo.

    Agora que o desembarque do PSD da candidatura própria é oficial, fica ainda mais forte a expectativa de que Rosso desista da disputa, já que ficou totalmente isolado.

    Ele convocou uma entrevista coletiva para a manhã desta quarta-feira (25) para anunciar que destino dará à sua candidatura.

    A tendência é que Rosso integre a campanha de Jovair Arantes (PTB-GO). Ambos integram o chamado "centrão", grupo de deputados controlado até o meio do ano passado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cassado pelos pares e hoje preso em Curitiba pela Lava Jato.

    Na disputa ainda há a candidatura de André Figueiredo (PDT-CE). Único candidato de oposição, ele não tem nem mesmo o apoio de PT e PC do B.

    NEGOCIAÇÕES

    O acordo entre PSD e Maia envolveu um "pacote" que inclui um lugar na Mesa Diretora, mais espaço físico para a liderança do partido na Câmara e a relatoria de comissões que ainda serão definidas. O PSD tem interesse, por exemplo, na comissão que vai tratar da reforma tributária, uma das principais apostas do governo Temer.

    O partido pode entrar ainda na disputa pela indicação para a liderança do governo, responsável pela interlocução entre Planalto e deputados da base governista. Hoje, este posto é ocupado por André Moura (PSC-SE).

    FAVORITISMO

    Com o apoio oficial do PSD, Rodrigo Maia confirmou seu favoritismo na disputa. Na segunda-feira (23), o PSB, sétima maior bancada com 34 deputados, anunciou oficialmente o voto nele.

    Além do PSD, do ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), e do PSB, ele já conta com o apoio dos principais partidos da base do presidente Michel Temer, como PMDB, PSDB e DEM.

    Nesta terça-feira, Maia encontrou-se com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG). O candidato disse que o encontro foi "muito bom", apesar de os tucanos não terem emitido nenhum documento formalizando o apoio, como fizeram PSD e PSB.

    De oposição ao Planalto, PT e PC do B também já manifestaram intenção de reelegê-lo presidente da Câmara, embora não tenham oficializado.

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