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    Gilmar diz que vai julgar Lava Jato com 'naturalidade' se for relator

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    25/01/2017 18h25

    Pedro Ladeira - 19.dez.2016/Folhapress
    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, que não foi visto no funeral
    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse nesta quarta (25) que que vai julgar os os processos da Operação Lava Jato com "naturalidade", caso vire relator.

    "[Eu agiria com a] Mesma naturalidade com que eu decido todos os processos. Estou em Brasília, vocês sabem, desde 1974 e conheço os personagens todos aí da vida política há muitos anos e lido com os processos com a abertura que os senhores conhecem no plenário", disse Gilmar Mendes a jornalistas ao chegar ao Supremo para conversar com Cármen Lúcia.

    Ele disse que a presidente Cármen Lúcia está conversando com os ministros para que a definição sobre o novo relator da Lava Jato seja a "mais institucional possível".

    No domingo, Mendes foi ao Palácio do Jaburu conversar com o presidente Michel Temer. O ministro e o presidente têm relação de proximidade há anos.

    "Foi uma conversa de informação, de avaliação de momento, de cenário. Análise em linhas gerais do que está sendo feito", disse Gilmar.

    Para o ministro, Michel Temer acertou na decisão de aguardar a definição do novo relator antes de anunciar quem ocupará a vaga no STF de do antigo relator Teori Zavascki, morto em acidente aéreo na quinta (19).

    "Me parece que é uma deferência à própria corte, para que também não haja tumultos políticos, suposições de interferências e tudo mais. E uma manifestação de respeito à harmonia entre os poderes", disse.

    Segundo Gilmar Mendes, Cármen Lúcia ainda não chegou a uma decisão sobre como será distribuída a relatoria.

    "A presidente está conduzindo as conversas com todos os colegas para que nós tenhamos um encaminhamento o mais institucional possível. Acho que esse será o encaminhamento que terá o apoio, se não da unanimidade dos colegas, pelo menos da ampla maioria. É isso que a presidente deve estar costurando e fazendo", afirmou.

    Eles começaram a conversar sobre a sucessão da relatoria no sábado, quando voltaram juntos em avião da FAB do enterro de Teori.

    Gilmar Mendes não quis comentar sobre as alternativas para a substituição do relator.

    Ele elogiou a decisão de Cármen Lúcia de dar seguimento ao processo da homologação da delação dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.

    "A presidente é extremamente competente e ágil e atua com rigor jurídico e científico e também com a responsabilidade política para não deixar que as matérias sofram qualquer retardo. Este é o cuidado que certamente se tem neste momento", afirmou.

    Depois que a delação for homologada, as informações poderão ser usadas para embasar os inquéritos da Lava Jato. Os investigadores poderão, por exemplo, pedir a abertura de um inquérito ou solicitar um mandado de busca e apreensão em determinado endereço.

    A relatoria da Lava Jato pode ficar com algum dos ministros da Segunda Turma do STF, da qual Teori fazia parte.

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