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    Cabral gastou R$ 700 mil em joias de safira e R$ 156 mil em ternos italianos

    BELA MEGALE
    DE BRASÍLIA

    26/01/2017 20h09

    Divulgação/Governo do RJ
    Sergio Cabral e Adriana Ancelmo em lancamento de livro do empresario Eike Batista, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, em 5 dezembro de 2011
    Sérgio Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo, em lançamento de livro de Eike Batista, em 2011

    O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral gastou mais de R$ 6,5 milhões em joias entre 2000 e 2016.

    Elas foram pagas em dinheiro vivo e sem emissão de nota fiscal, segundo documentos elaborados pelo MPF (Ministério Público Federal) na investigação da operação Eficiência, deflagrada nesta quinta (26) e que teve o empresário Eike Batista como um dos alvos.

    Em delação premiada, Renato e Marcelo Chaber, que atuaram como operadores financeiros do político até o ano passado, revelaram um pagamento no valor de 229 mil euros por meio de uma conta do banco BSI para a H. Stern da Alemanha em 2015. O comprovante bancário foi anexado aos autos da investigação.

    A H. Stern confirmou a compra no valor de R$ 773 mil e informou que o montante se refere "pagamento de um par de brincos e de um anel de safira, nos valores de R$ 493 mil e R$ 280 mil que teriam sido adquiridos pelo Sr. Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, nos meses de maio e junho de 2015"

    Os delatores também apresentaram uma planilha com pagamentos para a joalheria que totalizam o valor de R$ 669,9 mil entre agosto de 2014 e janeiro de 2015.

    Entre as despesas de Cabral que os operadores também pagaram estão 11 peças da grife italiana Ermenegildo Zegna, a maioria ternos, que custaram R$ 156 mil. Os pagamentos foram feitos por meio de depósitos em espécie, entre 2014 e 2015.

    Os delatores afirmaram que a partir de 2012 o fluxo de dinheiro de propina de Cabral, que até então era remetido para o exterior via operações como dólar-cabo, passou a ficar no Brasil. O dinheiro ilícito começou a ser gasto com despesas no país.

    O relatório do MPF diz ainda que os operadores eram os responsáveis por usar o dinheiro ilegal para saldar custos como pagamentos de funcionários de Cabral, previdência privada, encargos trabalhistas, médicos, terapeutas, condomínio, IPTU, IPVA, seguro de carros e conserto de automóveis. Segundo os delatores, só essas despesas giravam de em torno de R$ 220 mil mensais.

    Operação Eficiência: 2ª fase da Lava Jato no Rio

    OPERAÇÃO EFICIÊNCIA
    Investigação aponta elo de propina entre Eike Batista e Sérgio Cabral

    O PRINCIPAL ALVO

    > Juiz decretou prisão do empresário Eike Batista, que não foi encontrado no Rio. Segundo a defesa, está em viagem aos EUA e vai se apresentar em breve

    > Ele é suspeito de repassar US$ 16,5 milhões para uma conta no Uruguai, que, segundo delatores, tinha Cabral como beneficiário

    OUTROS MANDADOS DE PRISÃO

    > Flávio Godinho (advogado, braço direito de Eike)
    > Thiago Aragão (sócio de Adriana Ancelmo)
    > Álvaro Novis (doleiro)
    > Sérgio de Castro Oliveira (operador)

    Não encontrado:
    Francisco Assis Neto (suspeito de receber R$ 7,7 milhões)

    JÁ ESTAVAM PRESOS
    > Sérgio Cabral (ex-governador)
    > Carlos Emanuel Miranda (assessor de Cabral)
    > Wilson Carlos Carvalho (ex-secretário estadual)

    22 mandados de busca e apreensão
    Foram recolhidos pela Polícia Federal 18 carros, entre eles um Lamborghini e um Porsche, obras de arte, relógios, joias e aproximadamente R$ 100 mil

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